Um dos
programas de maior sucesso nas TVs de todo o mundo é o “Caçadores de
Mitos” (Mythbusters), no qual dois apresentadores e mais uma equipe de
habilidosos ajudantes se esmeram em destruir ou confirmar uma enxurrada
de mitos que passeiam por nossas vidas deste épocas remotas. O programa é
uma aula de ciências muito bem feita, capaz de prender a atenção de
crédulos e incrédulos.
Mas ainda não
apareceu, neste show, um episódio sobre vinhos e seus mitos, embora
tenham apresentado alguns casos sobre bebidas alcoólicas em geral. Um
deles, que envolvia enganar um bafômetro, foi bastante divertido e
instrutivo (não conseguiram...). Para ajudar nesta aventura, a partir
desta semana vamos conhecer alguns falsos conceitos em que se apoiam
vários ‘eno alguma coisa’ para atrapalhar o simples e delicioso ato de
beber um bom vinho.
#1 – Quanto mais caro melhor (o vinho!)
Já estou
vendo olhares assustados e ‘bicos’ torcidos. Difícil negar que existe
uma relação direta entre custo e qualidade em quase tudo na vida. No
mundo do vinho não é, exatamente, uma exceção. Mas há controvérsias...
O custo de um
vinho para o produtor é diretamente ligado ao fator rendimento (a
quantidade necessária de uva). A regra é direta, quanto menor (mais uvas
por litro de vinho), melhor será o produto final. Além disto, o volume
final tende a ser menor à medida que se consomem mais insumos. Não se
questiona isto. Pagamos caro para ter um produto quase exclusivo.
Inúmeros
exemplos estão à nossa disposição, o mais famoso talvez seja o
Romanée-Conti, um espetacular Pinot Noir da Borgonha do qual são
produzidas 6.000 garrafas por safra. Leva de 6 a 12 anos para ficar no
ponto certo de maturação e ser consumido. O preço ao consumidor final
vai às alturas e, cá entre nós, isto já deixou de ser vinho e virou mito
engarrafado.
Vale isto tudo? Provavelmente sim.
Infelizmente não estou entre os ‘ricos mortais’ que tiveram a
oportunidade de prová-lo. Tampouco é sobre este tipo de vinho que
estamos discutindo: este tem a obrigação de ser bom.
Esta moeda
tem outro lado: paga-se caro por um vinho que encontramos numa loja
especializada, recomendado por algum especialista e simplesmente não
gostamos. Acredite, este tipo de produto existe aos montes, para nosso
desespero. Uma quase diabólica conjunção de fatores criam estes
monstros, cada vez mais comuns: o produtor precisa aumentar as suas
vendas; o distribuidor faz um marketing agressivo; um ‘crítico’ é
envolvido no esquema até com garrafas preparadas para enganá-lo; e o
consumidor paga prejuízo por que acreditou no binômio “caro é bom”!
Confesso que
eu mesmo já fui ludibriado por um Barolo, suposto melhor vinho de uma
vinícola inédita no Brasil. Comprei-o numa das boas lojas do Rio, a
preço justo (Barolos são caros) e na hora que reuni os amigos para
degustá-lo foi aquele desapontamento: jogamos o vinho no ralo da pia.
Muitos anos
após este triste episódio escutei uma história semelhante onde o
protagonista foi capaz de desvendar o mistério: fora montada uma
operação de guerra para desovar este vinho que, por problemas
burocráticos, ficou retido num porto brasileiro em condições
inadequadas. Todos os envolvidos sabiam que o vinho era ruim, mas nenhum
deles quis arcar com o prejuízo de seu erro, repassando-o ao consumidor
final, literalmente, vendendo gato por lebre, e caro. Nunca mais
comprei nada desta loja e nem do vendedor. Não soube mais deles, acho
que nem existem mais.
Um dos melhores colunistas sobre vinhos, Didu Russo (http://www.didu.com.br/),
uma simpática figura que parece saída da imaginação de algum autor, tem
em seu blog uma seção intitulada “50 paus” onde lista grandes vinhos
que custam isto ou menos. Sensacional! É disto que estamos falando!
Dica da Semana: direto do Blog do Didu – “A Bodega Dominio Cassis do Uruguai é uma vencedora das degustações da Confraria dos Sommeliers”.
Dominio Cassis Cabernet Franc 2008
A vinícola Dominio Cassis está localizada a 10Km do Oceano Atlântico e a 4Km da Lagoa de Rocha em solo pedregoso, expostos aos ventos e à brisa marinha.
A vinícola Dominio Cassis está localizada a 10Km do Oceano Atlântico e a 4Km da Lagoa de Rocha em solo pedregoso, expostos aos ventos e à brisa marinha.
Os
atributos do solo, de baixa matéria orgânica, pedregoso e profundo; bem
como a exposição à influência do Oceano e as poucas chuvas que há na
região, são ótimas condições para a qualidade da produção e permitindo
uma maturação mais lenta das uvas, tendo um resultado de vinho de alta
qualidade e de pequena produção.



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