Chamou a nossa atenção uma dúvida comum de alguns
leitores sobre a diferença entre Vinho do Porto e Vinho do Douro.
Embora este blog sobre vinhos nunca tenha pretendido ser um
curso, foi necessário nas primeiras publicações estabelecer uma
linguagem comum entre autor e leitores, razão pela qual alguns textos
foram considerados como didáticos. Em várias oportunidades mencionamos
os diferentes tipos de vinhos que existem no mercado, inclusive os
dois que motivaram a dúvida.
Faço um convite a todos os leitores que releiam alguns dos meus textos sobre este tema, que foram publicados em 2001. Para
ajudar, aqui estão alguns links:
- Espumantes, Brancos, Rosés, Tintos, Doces e Fortificados;
- Vinhos Fortificados – 1ª parte (a continuação desta série fala do Jerez e do Madeira);
Mais recentemente, nas colunas sobre a viagem por Espanha e Portugal, novos conhecimentos podem ser adquiridos.
Para a turma que prefere as respostas diretas:
Vinhos do Porto são elaborados
adicionando-se, durante a fase de fermentação, uma quantidade de
aguardente neutra para interromper o processo. Como nem todo o açúcar é
convertido em álcool, o produto final tem sabor adocicado e muito
agradável, apesar ao alto teor alcoólico. Este processo é a "fortificação";
Vinhos do Douro são os vinhos, não fortificados, produzidos nesta região vinhateira com as castas típicas de Portugal.
Todo Vinho do Porto é, em tese, um “Vinho
do Douro”, pois somente lá podem ser elaborados. Mas, dentro desta
lógica, nem todo Vinho do Douro seria um Porto.
No intuito de não deixar mais nenhuma
dúvida sobre este tema, apresento, a seguir, uma extensa relação de
tipos de vinhos que são produzidos atualmente. Não pretende ser
completa, serão citados, apenas, os produtos mais conhecidos.
TIPOS DE VINHOS
A primeira grande divisão é quase intuitiva: Espumantes; Brancos; Rosés; Tintos e Vinhos de Sobremesa (doces, fortificados, etc.).
1 - ESPUMANTES
Podem ser vinificados em Branco, Rosé ou Tinto.
Denominações habituais:
Champagne – tradicional corte de
Chardonnay e Pinot Noir, produzido unicamente nesta região demarcada,
utilizando o método Tradicional. Somente estes vinhos podem usar a
denominação Champagne.
Vin Mousseux – literalmente significa
“vinho efervescente”. Logo, o Champagne é um vin mousseux, mas nem
todo vin mousseux é um Champagne. Existem outros espumantes franceses
que são comercializados com denominações diferentes:
Cremant – produzido no Loire, na Borgonha e na Alsácia;
Blanquet – elaborado na região de Limoux.
Cava – típico da Espanha, vinificado com uvas locais como Macabeu, Parellada e Xarel-lo.
Cava – típico da Espanha, vinificado com uvas locais como Macabeu, Parellada e Xarel-lo.
Prosecco – espumante italiano com denominação protegida. Obrigatoriamente elaborado com a casta Glera, antiga Prosecco, proveniente da região do Veneto (Conegliano, Valdobbiadene).
Asti – espumante italiano produzido com a casta Moscato. O mais famoso é o Moscato D’Asti, da região de Monferrato.
Lambrusco – vinho frisante italiano produzido a partir das seis variedades da casta Lambrusco, conhecidas como Grasparossa, Maestri, Marani, Montericco, Salamino, e Sorbara. Os mais famosos são os da região da Lombardia (Emilia Romana).
Brachetto d'Acqui – espumante tinto e adocicado elaborado na região do Piemonte. Similar ao Lambrusco.
Sekt – nome alemão para vinho espumante. Geralmente produzido com Riesling, Pinot blanc, Pinot gris e Pinot noir.
Quanto ao teor de açúcar variam de Brut (seco) até Doux (doce)
2 - VINHOS BRANCOS
As castas mais conhecidas são:
Albariño
ou Alvarinho
|
Moscato
ou Muscat (*)
|
Antão
Vaz
|
Pinot
Blanc
|
Assyrtiko
|
Pinot
Gris ou Pinot Grigio
|
Chardonnay
|
Riesling
|
Chenin
Blanc
|
Sauvignon
Blanc
|
Fiano
|
Semillon
|
Furmint
|
Sylvaner
|
Greco
di Tufo
|
Torrontés
|
Grüner
Veltliner
|
Verdejo
|
Malvasia
|
Viognier
|
Muitas vezes vamos encontrar vinhos brancos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.
Exemplos:
Sancerre e Pouilly-Fumé, produzidos com Sauvignon Blanc;
Chablis e Montrachet, obtidos com a casta Chardonnay;
Vouvray, elaborado com Chenin Blanc.
VINHOS BRANCOS DOCES: praticamente as mesmas castas produzem algum vinho adocicado.
As denominações mais conhecidas são:
Sauternes (Semillon, Sauvignon Blanc, e Muscadelle);
Tokaji (Furmint, Hárslevelu);
Gewurztraminer;
Riesling com predicados (Kabinet, Spatlese, Auslese, etc.);
Orvieto Abboccato;
Ice Wines (Eiswein);
Muller-Thurgau;
“Late Harvest” ou “Colheita Tardia”.
3 - VINHOS ROSÉS
As mesmas castas usadas para produzir vinhos tintos podem produzir vinhos rosados. Os mais apreciados são:
Cabernet Sauvignon Rosé
Cabernet Franc Rosé
Grenache Rosé (Garnacha)
Pinot Noir Rosé
Syrah Rose
Sangiovese Rose
Cabernet Franc Rosé
Grenache Rosé (Garnacha)
Pinot Noir Rosé
Syrah Rose
Sangiovese Rose
As denominações mais comuns são:
Provence Rosé
Loire Rosé
Bandol Rosé
Rose D’Anjou
Loire Rosé
Bandol Rosé
Rose D’Anjou
Exceções:
White Zinfandel, White Merlot, Vin Gris e Blush Wine - são rosados.
4 – VINHOS TINTOS
As castas mais conhecidas são:
Aglianico
|
Mourvédre
|
Barbera
|
Nebbiolo
|
Cabernet
Franc
|
Nero
d’Avola
|
Cabernet
Sauvignon
|
Petit
Syrah
|
Carménère
|
Petit
Verdot
|
Dolcetto
|
Pinot
Noir
|
Gamay
|
Pinotage
|
Grenache
ou Garnacha
|
Sangiovese
|
Cannonau
|
Syrah
ou Shiraz
|
Malbec
|
Tannat
|
Mencia
|
Tempranillo
|
Merlot
|
Touriga
Nacional
|
Montepulciano
d’Abruzzo
|
Zinfandel
ou Primitivo
|
Muitas vezes vamos encontrar vinhos tintos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.
Exemplos:
Bordeaux – corte com as varietais clássicas de lá: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, entre outras;
Borgonha – sempre Pinot Noir;
Beaujolais – sempre Gamay;
Chianti, Brunello di Montalcino, Vino
Nobile di Montepulciano – diferentes vinhos elaborados a partir da
casta Sangiovese ou seus clones;
Barolo, Barbaresco – diferentes vinhos elaborados com a casta Nebbiolo;
Châteauneuf du Pape – corte de até 13 varietais típicas do Vale do Ródano, podendo incluir uvas brancas;
Amarone – corte elaborado com base nas
seguintes castas: Corvina, Rondinella e Molinara (pode haver outras),
previamente passificadas;
Super Toscanos – vinhos elaborados com a uva Sangiovese cortada com uma casta europeia: Cabernet Sauvignon, Merlot, etc..
Alguns raros vinhos tintos doces:
Ochio di Pernice; Recioto della Valpolicella; Freisa
5 - VINHOS DE SOBREMESA (fortificados)
A) FORTIFICADOS TINTOS – vinhos que receberam em algum momento do seu processo de elaboração uma quantidade de aguardente neutra.
Porto – é uma denominação protegida. Só pode ser elaborado na região vinícola do Rio Douro com castas específicas.
Banyuls – denominação protegida francesa da região de Roussilon
Maury – denominação específica da cidade homônima
Rasteau – denominação protegida do vale do rio Ródano
B) FORTIFICADOS BRANCOS
Porto Branco – é seco se comparado ao Tinto
Muscat – os mais famosos são os de Frontignan, Beaumes de Venise e Rivesaltes
C) FORTIFICADOS E OXIDADOS – além da adição de aguardente são submetidos a processos como altas temperaturas ou Solera para que fiquem com sabor especial.
Jerez ou Sherry
Madeira
Marsala
Moscatel de Setúbal
Vin Santo (este não é fortificado)
Dúvidas ainda?
Dica da Semana: nesta época de altos impostos, nada melhor que uma boa relação custo x benefício.
Guatambu Luar Do Pampa Chardonnay
Coloração esverdeada palha com tons platinados.
Aromas de chá verde, notas frutadas, como abacaxi e melão maduros, sobre um final de flores brancas.
Ao paladar, apresenta-se macio, untuoso, frutado e elegante, com acidez pronunciada, que nos brinda um vinho com intensa fruta, como melão e pera, aliado a um grande frescor.
Perfeito para acompanhar frutos do mar, saladas, bruschettas, queijos de pasta branda e frangos.

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