Há cerca de
duas semanas, quando publicamos um glossário sobre os termos usados na
descrição dos vinhos, houve uma interessante troca de e-mails entre esta
coluna e o leitor Laureano Santos que reside em Oeiras, Portugal,
distante 5Km da capital, Lisboa.
Com muita
propriedade ele chamou a atenção para uma possível confusão entre um dos
verbetes, ‘Verde’, algumas vezes empregado para definir um vinho que
ainda não está próprio para consumo, com ‘Vinho Verde’, um dos mais
típicos e deliciosos vinhos de Portugal. E ele está com toda a razão por
um fator muito importante: Vinhos Verdes são produzidos para serem
consumidos jovens!
Vamos conhecer um pouco mais sobre esta delícia da ‘terrinha’.
Esta
denominação protegida, uma das mais antigas de Portugal (1908), só pode
ser produzida numa região específica utilizando castas típicas de lá.
Existem Espumantes, Tintos, Rosados e Brancos, estes últimos os mais
conhecidos.
A Região
demarcada ocupa o noroeste do país, histórica Província do Minho que foi
extinta em 1976 e algumas áreas adjacentes. A denominação atual é
Entre-Douro-e-Minho. Vinhos desta região foram citados por romanos como
Plínio e Sêneca. Pesquisas de documentos mais recentes demonstraram que
houve exportação deste produto, no século 12, para a Inglaterra,
Alemanha e Bélgica.
Curiosamente
foi a introdução do milho na agricultura daquela região que transformou
tudo. As vinhas foram quase banidas dos campos para dar lugar à nova
cultura, obrigando os vinhateiros a cultivar suas parreiras como se
fossem trepadeiras em árvores mais altas. Posteriormente evoluiu para
uma estrutura em treliça. Para colher as uvas era preciso usar escadas!
Atualmente este antigo sistema convive com técnicas modernas de plantio.
A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes estabelece:
“Questões de ordem cultural, microclimas, tipos de vinho, encepamentos e modos de condução das vinhas levaram à divisão da Região Demarcada dos Vinhos Verdes em nove sub-regiões”:
Amarante; Ave; Baião; Basto; Cávado; Lima; Monção e Melgaço; Paiva; Sousa.
“Questões de ordem cultural, microclimas, tipos de vinho, encepamentos e modos de condução das vinhas levaram à divisão da Região Demarcada dos Vinhos Verdes em nove sub-regiões”:
Amarante; Ave; Baião; Basto; Cávado; Lima; Monção e Melgaço; Paiva; Sousa.
Com relação às castas, são estas as principais reconhecidas pela comissão:
Brancas: Alvarinho; Avesso; Azal; Batoca; Loureiro; Arinto (Pedernã); Trajadura;
Tintas: Amaral (Azal Tinto); Borraçal; Alvarelhão (Brancelho); Espadeiro; Padeiro; Pedral; Rabo-de-Anho (Rabo-de-Ovelha);Vinhão.
Existem outras 20 castas secundárias que são utilizadas.
Brancas: Alvarinho; Avesso; Azal; Batoca; Loureiro; Arinto (Pedernã); Trajadura;
Tintas: Amaral (Azal Tinto); Borraçal; Alvarelhão (Brancelho); Espadeiro; Padeiro; Pedral; Rabo-de-Anho (Rabo-de-Ovelha);Vinhão.
Existem outras 20 castas secundárias que são utilizadas.
Vinhos Verdes
brancos são muito saborosos e refrescantes apresentando uma
característica levemente frisante, resultado da fermentação malolática
realizada na garrafa. O que é um defeito nos vinhos comuns torna-se um
importante diferencial neste produto: é desejável. Mas impunha uma
curiosa condição: as garrafas deveriam ser escuras, mesmo para os
brancos, para esconder uma pequena turbidez decorrente desta segunda
fermentação.
Modernamente,
a Malolática já está sendo feita antes do engarrafamento. O efeito
efervescente é obtido mediante a injeção, posterior, de gás carbônico,
como se faz em refrigerantes.
Os Tintos são de coloração muito escura e com fortes taninos. Os rosados se assemelham aos brancos.
No Brasil os Vinhos Verdes sempre foram muito apreciados devido ao baixo teor alcoólico e por suas características organolépticas. Combinam muito bem com o clima e culinária nacional. Ficaram célebres marcas como Casal Garcia, Acácio, Gatão e Calamares com suas garrafas ovais.
No Brasil os Vinhos Verdes sempre foram muito apreciados devido ao baixo teor alcoólico e por suas características organolépticas. Combinam muito bem com o clima e culinária nacional. Ficaram célebres marcas como Casal Garcia, Acácio, Gatão e Calamares com suas garrafas ovais.
Estes vinhos
de antigamente não têm mais o mesmo encanto. Como tantos outros
produtos, o Verde também mudou, fruto da necessidade de novos mercados e
de experimentações de grandes produtores como Anselmo Mendes, Soalheiro
e Quinta do Ameal.
Este vinho
moderno tem como característica um maior teor alcoólico, mas continuam
apresentando uma refrescante acidez, aromas e sabores frutados. São
produzidos dentro das mais recentes técnicas e apesar de
tradicionalmente serem consumidos jovens, não há nenhum problema em
armazená-los por 6 ou 7 anos descobrindo-se uma nova experiência ao
consumi-los já adultos, São vinhos incríveis!
Vinho Verde: a qualquer hora, em qualquer lugar.
Produtor: Quinta de Gomariz
Castas: Alvarinho, Loureiro e Trajadura
Coloração
palha de média intensidade, cristalina. Intensamente frutado com
tangerina, melão maduro e pétalas de rosas. Ligeiro de corpo,
impressiona pelo balanço, pela enérgica e prazerosa juventude frutada.
Ótima persistência no fim-de-boca.
Harmoniza com Ceviche; Queijo de cabra; Massa com frutos do mar.



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