Nos dias 2 e 3
de maio aconteceu a edição 2013 do ‘Essência do Vinho’, aqui no Rio de
Janeiro, contando com mais de 150 vinícolas totalizando perto de 1.500
rótulos de vinhos da Europa e do Novo Mundo. Além da prova livre,
ofereceu uma interessante programação de palestras com degustações
específicas que valiam a visita. O preço do ingresso era bem acessível
com direito a uma bonita taça de cristal. O evento aconteceu no Centro
de Convenções Sul América, bairro Cidade Nova.
Para deixar os leitores com água na boca, um resumo do ciclo de palestras: (estes eventos eram pagos à parte)
- Vertical Alvarinho Quintas de Melgaço (vinho verde), apresentado pelo crítico e jornalista Rui Falcão;
- Vertical Alvarinho Quintas de Melgaço (vinho verde), apresentado pelo crítico e jornalista Rui Falcão;
Safras degustadas: 2003; 2004; 2006; 2007; 2008; 2010; 2011; 2012
- Os Grandes Vinhos de Domingos Alves de Sousa (Douro), apresentado pelo produtor;
Vinhos
degustados: Alves de Sousa Reserva Pessoal branco 2005; Alves de Sousa
Reserva Pessoal tinto 2005; Quinta da Gaivosa 2008; Quinta da Gaivosa
Vinha do Lordelo 2007; Abandonado 2009; Alves de Sousa Memórias; Quinta
da Gaivosa Porto Vintage 2008; Quinta da Gaivosa Porto 10 Anos;
- Os Melhores Espumantes do Brasil, apresentado por Alexandre Lalas e Rui Falcão (jornalistas e críticos de vinhos);
Espumantes
comparados: Adolfo Lona Brut Rosé; Kranz Rosé Brut; Cave Hermann Lírica;
Don Abel Brut; Miolo Brut Millésime; Maximo Boschi Brut Speciale;
Estrelas do Brasil Nature; Cave Geisse Blanc des Blancs; Adolfo Lona
Nature Pas Dose;
- Seleção de 11 Vinhos Espanhóis, apresentado por Alexandre Lalas;
Vinhos em
prova: Cava Jane Ventura Gran Reserva Brut Nature 2007 (Penedès); Pazo
de Señorans Albariño 2010 (Rias Baixas); Finca Montepedroso Verdejo 2011
(Rueda); Pétalos del Bierzo 2009 (Bierzo); Pesquera Crianza 2009
(Ribera del Duero); Clio 2009 (Jumilla); Atteca 2010 (Catalunha); Finca
Sandoval 2006 (Manchuela); Remírez de Ganuza Reserva 2004 (Rioja);
Humilitat 2009 (Priorat); Hidalgo Pedro Ximenez Viejo Triana (Jerez);
- A História do Brasil Contada pelo Vinho do Porto, apresentada por Rui Falcão e Alexandre Lalas;
Datas
históricas e safras em prova: 1889 (Implantação da República) | Porto
1889, Quinta dos Cortiços, Reserva de Família; 1930 (Getúlio Vargas
empossado como presidente); 1955 (Juscelino Kubistchek eleito
presidente) | Quinta do Noval; 1958 (Brasil Campeão do Mundo de Futebol
pela primeira vez) | Burmester Colheita; 1960 (A capital muda-se do Rio
de Janeiro para Brasília) | Graham´s Vintage; 1985 (Fim da Ditadura
Militar e regresso à Democracia) | Fonseca Vintage.
No salão estavam as principais importadoras nacionais, diversas vinícolas portuguesas, afinal este evento veio da terrinha para cá, e um stand da lusitana ‘Agua das Pedras’ que começa a ser distribuída no país.
No salão estavam as principais importadoras nacionais, diversas vinícolas portuguesas, afinal este evento veio da terrinha para cá, e um stand da lusitana ‘Agua das Pedras’ que começa a ser distribuída no país.
O foco deste
evento é nitidamente informativo e educacional, preocupa-se em
disseminar a cultura do vinho. Um bom atrativo para o público jovem e
para os enófilos que buscam novidades. Mesmo assim, havia um horário
restrito para os profissionais.
A dupla de
autores desta coluna dedicou apenas 1 dia para a degustação, alternando
tintos, brancos e espumantes. Chamou a nossa atenção a qualidade dos
vinhos colocados nas degustações livres. Tops, como o excelente ‘Pera
Manca’, estavam ao alcance de qualquer um que estendesse a taça, sem
muita firula.
Cabe uma
explicação. Na maioria das mega-degustações os produtores reservam os
melhores vinhos apenas para aquelas pessoas que tem um bom potencial de
compra na sua avaliação pessoal. Da mesma forma que estamos observando
esta ou aquela mesa de degustação, eles também estão atentos a quem se
aproxima. Entram em jogo aqueles velhos fatores: apresentação, modo como
se dirige ao produtor/apresentador; interesse; comentários que reflitam
o seu conhecimento sobre o tema, etc.. Cumpridos estes ritos, ao
terminar o ‘flight’ apresentado em geral somos convidados para provar
mais um, que está estrategicamente colocado sob a mesa...
Recentemente o
guia Vinho & Cia, número 68, publicou um conjunto de 5 dicas de
como devemos nos comportar numa feira de vinhos. Reproduzo a seguir:
1 – Aproveite uma feira de vinhos para aprender muito e conhecer pessoas com o mesmo interesse.
1 – Aproveite uma feira de vinhos para aprender muito e conhecer pessoas com o mesmo interesse.
2 – Você não
deve nunca se embriagar, e isso é regra geral para todo evento
comercial. Se pretender provar muitos vinhos, procure cuspir cada um
para poder experimentar vários. Não é deselegante é o convencional.
3 – Para
provar um vinho, coloque na boca, aspire um pouco e sinta os sabores e
demais características, como acidez, corpo, doçura e adstringência, mas
sem engolir. (precisa de treino para isto)
4 – Saiba que
é totalmente deselegante você chegar num estande ou numa mesa de um
produtor e pedir logo o vinho mais caro dele. Todos querem mostrar a sua
linha de produtos.
5 – Procure
experimentar alguns ou todos os vinhos de um produtor ou importador que
estejam à mostra. Melhor cuspir até chegar ao de sua preferência, e se
for o caso engolir.
As novidades nem eram tantas assim. O primeiro a nos impressionar foram alguns vinhos representados pela importadora Devinum (http://www.devinum.com.br) que tem um ótimo portfolio. Além destes, dois portugueses fisgaram o nosso paladar: os bons vinhos e azeites da Casa de Sarmento, importados pela Adrimar (www.adrimarimport.com.br) e os excelentes vinhos de Domingos Alves de Souza, importados pela Decanter (www.decanter.com.br).
As novidades nem eram tantas assim. O primeiro a nos impressionar foram alguns vinhos representados pela importadora Devinum (http://www.devinum.com.br) que tem um ótimo portfolio. Além destes, dois portugueses fisgaram o nosso paladar: os bons vinhos e azeites da Casa de Sarmento, importados pela Adrimar (www.adrimarimport.com.br) e os excelentes vinhos de Domingos Alves de Souza, importados pela Decanter (www.decanter.com.br).
Este produtor
nos ofereceu um vinho pouco comum, mas excelente, o ‘Abandonado’. Com
uma história que mais parece lenda, vale a pena reproduzir direto das
páginas do produtor:
“Uma vinha a
passar os 80 anos de idade, com várias falhas derivadas de um parcial
abandono durante alguns anos. Numa zona de intensa exposição e com
enormes afloramentos de xisto à superfície onde nem uma única erva
subsiste. As gentes da Quinta depressa a apelidaram de “Vinha do
Abandonado”. Durante anos tentamos recuperar a vinha e replantar as
videiras desaparecidas. Até que desistimos. Apesar de todo o nosso
cuidado apenas as cepas mais velhas eram capazes de subsistir em
condições tão extremas. Em 2004 decidimos isolá-la pela primeira vez na
adega da Quinta da Gaivosa. Revelou imediatamente uma personalidade e
carácter únicos. Decidimos engarrafá-lo em homenagem às igualmente
únicas vinhas velhas do Douro, que um dia desaparecerão. Hoje as
celebramos”.
Este vinhedo,
como muitos outros em Portugal, é um emaranhado de diversas castas o
que dificulta a sua tipificação. Neste caso destacam-se as varietais
Tinta Amarela, Touriga Franca, Touriga Nacional, entre muitas outras.
Notas de
prova segundo o importador: Coloração rubi concentrada, quase negra.
Deslumbrante olfato de pequenas bagas negras e vermelhas, menta, tomilho
e tabaco. Denso, sápido, a madeira ainda marca um pouco a prova de boca
mas não lhe retira de forma alguma a elegância. Muito longo,
impressionante. Premiações recentes: Jancis Robinson: 18 /20; Parker:
94-96 Pontos
O único pecado deste vinho é o seu preço no Brasil: R$ 531,30 (safra 2009).
Dica da Semana: Um interessante espumante chileno produzido por Miguel Torres (importadora Devinum)
Santa Digna Estelado Rosé
País: Chile/Vale do Curicó
Casta: 100% uva “País” (*)
Rosado
com bolhas finas e persistentes. No aroma, notas de frutas vermelhas e
cítricas predominam. Delicado, tem uma característica de muito frescor
na boca.
Premiações: O melhor espumante do Chile pela Wine of Chile Awards e pelo guia Descorchados 2012.
(*) Uva
espanhola, conhecida como Listan Negro no país de origem, chegou no
Chile há cerca de 500 anos sendo cultivada por pequenos agricultores. No
final do século XIX, após a introdução das primeiras videiras
francesas, esta uva ficou esquecida.




Nenhum comentário:
Postar um comentário