A bota é uma região vinícola surpreendente, com uma
diversidade de castas que equivale à de Portugal e uma quantidade de diferentes
terroirs equiparável a dos franceses. Algumas das uvas italianas só vinificam
bem em solo natal, mesmo tendo sido plantadas nos quatro cantos do mundo.
Apaixonados por tudo que fazem, os seus vinhos refletem esta intensidade. Cada
pequena cidade tem sua uva e vinho característicos e, haja discussão para saber
qual é o melhor.
Talvez o vinho típico mais conhecido seja o Chianti, obtido
com a Sangiovese, aquele da garrafa embrulhada em palha. Produto da Toscana que
teve a infelicidade de ser (mal) copiado por produtores inescrupulosos. Chegou
a ser considerado um vinho de segunda para desespero dos apreciadores. Após
alguns ajustes na condescendente legislação local, existem, hoje, dois tipos de
Chianti: o clássico e o DOCG. Apesar da evidente melhora na qualidade, houve
uma descaracterização.
O Brunello de Montalcino, toscano como o anterior, é
obtido através da vinificação de um clone da Sangiovese, chamado Grosso ou
Brunello. É um dos vinhos mais caros da Itália, por isto mesmo, copiado e
falsificado. Com o intuito de aumentar a competitividade no mercado mundial,
produtores oportunistas incluíram outras uvas, não italianas, como a Merlot e a
Cabernet na sua elaboração. Um escândalo nacional! O Ministro da Agricultura
perdeu seu cargo por não ter exercido os controles com a devida autoridade. O
vinho adulterado foi rebaixado e rotulado como Rosso de Montalcino. Resultado
prático: ficou difícil confiar nos vinhos que estão à venda.
Uva Nebbiolo
A
grande cepa nacional, Nebbiolo, da região do Piemonte, é tão temperamental e
difícil de vinificar quanto a Pinot da Borgonha. Dois fabulosos vinhos são
produzidos a partir dela. O mais famoso é conhecido como Rei dos Vinhos há,
pelo menos, 200 anos, epíteto cunhado por um francês que foi contratado para
vinifica-lo: O Barolo.
Até o início do século XIX, o vinho produzido na região
de Barolo era uma bebida doce ou, na versão mais seca, um vinho amargo e
tânico. Coube à Marquesa Giuletta Falletti convidar o enólogo francês Louis
Oudart para mudar este quadro. Em pouco tempo estava vinificando uma das
maravilhas do mundo dos vinhos. Seu grande divulgador foi o Conde Cavour que o
apresentou a realeza. Rapidamente os demais vinicultores do Piemonte copiaram o
modelo de Oudart. Nascia a lenda.
Castelo de Barolo
Pelo método tradicional,
utilizado até hoje, as uvas são colhidas prematuramente, seguida de uma longa
fase de maceração e fermentação. O vinho é envelhecido por um longo período,
acima de três anos, em grandes dornas de carvalho esloveno. Uma vez
engarrafado, é necessário esperar mais alguns anos para domar a acidez e o
tanino. O resultado final é surpreendente, com aromas de rosas, notas de
alcatrão e sabores inebriantes.
A Guerra dos Barolos
Com a expansão dos vinhos
feitos no Novo Mundo, este e outros monstros tradicionais da vinicultura
europeia, rapidamente perceberam que teriam que se atualizar: esperar mais de
cinco anos para colocar um vinho no mercado, mesmo que fosse um produto
inigualável, começava a deixar de ser um bom negócio.
Alguns renomados
produtores do Barolo modernizaram técnicas e métodos, adotando o modelo que
fazia sucesso: tanques de Inox com temperatura controlada, uvas colhidas no
ponto ideal, menor rendimento nos vinhedos, maceração a quente, fermentadores
rotativos, enfim, tudo que a moderna tecnologia pode oferecer. O produto final
foi, novamente, um vinho maravilhoso. Mas gerou uma verdadeira guerra, de um
lado, os tradicionalistas, de outro os modernistas.
Não há vencedores ou
derrotados, talvez, o orgulho ferido de um vinhateiro mais arraigado às tradições.
Ganham os consumidores.
Principais Produtores
Copiando a vida real onde há
tantos títulos da nobreza italiana à disposição de quem se dispuser a pagar por
eles, há uma infinidade de Reis do Barolo. Vamos apenas citar alguns.
Os nomes
mais respeitados entre os tradicionalistas são: Giuseppe Rinaldi, Giuseppe
Mascarello, Giovanni Conterno, Paolo Conterno, Cavallotto, Bruno Giacosa, Luigi
Pira e Vietti.
Os modernistas são: Scavino, Ceretto, Sandrone, Domenico
Clerico, E. Pira, Parusso, Silvio Grasso e Pio Cesare.
Dois produtores fazem
uma fusão destas escolas: Roberto Voerzio e Elio Altare.
O outro vinho, famoso,
produzido com a Nebbiolo é o Barbaresco, que tem como expoente o produtor
Angelo Gaja, o nome mais conhecido do moderno vinho italiano. Sua versão do
Barolo é o Sperss. Mas esta é outra história...
Vinhos de Angelo Gaja
Dica da
Semana: Não existem Barolos ou Barbarescos com preços acessíveis aos pobres
mortais. Procuramos um vinho de um ótimo produtor, Batasiolo, vinificado com a
uva Nebbiolo.
Batasiolo Langhe Nebbiolo
Da uva cultivada nos vinhedos da
prestigiosa zona de Langhe, obtém-se um vinho tinto grená de sabor pleno e
harmonioso. O perfume é intenso e delicado, com traços de fruta madura que muda
para um agradável traço de especiarias se o vinho for envelhecido.
Harmonização: Rondelle de ricota e espinafre com molho ao sugo.
Temos de enfrentar o doce dilema de escolher um ícone.
Com tantos vinhos importantes, o que fazer? Poderíamos escolher um Champanhe,
perfeito para as grandes comemorações. Mas qual? As famosas Moet & Chandon
ou a Veuve Clicquot? A celebrada Cristal? Quem sabe a Bollinger, preferida por
James Bond? Nos tintos, teríamos que pinçar um dos muitos Chateauxs Bordaleses,
aumentando a dificuldade: Haut-Brion, Margaux, La Tour, Angélus, Petrus etc,
alguns muito pouco conhecidos, mas simplesmente maravilhosos. Há, ainda, as
regiões do Rhone, da Provence e Alsácia, nos deixando uma tarefa inglória...
Um
vinho, entretanto, tornou-se muito significativo, para os brasileiros, ao ser
usado em uma grande festividade. Tornou-se um ícone, neste país. Vamos
escolhê-lo, não só por esta razão, mas por ser um grande vinho, raro, de
difícil produção e com preços exorbitantes, o que limita o seu acesso às
camadas mais altas da sociedade. Um vinho para quem é um apreciador mais que
apaixonado, um vinho para poucos, o mais cobiçado do mundo.
Da Borgonha,
apresentamos o Domaine de La Romanée-Conti.
Um pouco da história
Para
entendermos 11 séculos de existência, 9 proprietários e uma fama que não tem
preço, convém dar a conhecer, primeiro, um importante detalhe da legislação
francesa: a classificação é dada ao vinhedo, ou Cru, particípio passado do
verbo croître, traduzido como cultivar. Dependendo da região vinícola, há
pequenas particularidades nesta classificação. Na Borgonha temos: Grand Cru;
Premier Cru; Village.
O que vale é o terreno, o terroir. Dentro da Borgonha, os
mais valorizados estão na região de Vosne-Romanée, onde nasce o vinho desta
semana. A saga, de quase 1500 anos, começa em 1232, quando a Abadia de Saint
Vivant, em Vosne, adquire 1,8 hectares de vinhedos. Em 1631, as terras são
vendidas aos Croonembourg, que passam a denominá-las La Romanée, aparentemente
em homenagem a soldados romanos que por ali haviam passado. Na mesma ocasião, a
família compra uma área adjacente, conhecida como La Tâche, outro vinhedo
famoso atualmente.

O ano chave seria 1760, quando os proprietários resolvem
vender a área, num disputado leilão, do qual participaram Madame de Pompadour
e seu arqui-inimigo Louis François de Bourbon, Príncipe de Conti, que saiu
vencedor. Surgia assim o Domínio Romanée-Conti. Anos depois, durante a
revolução francesa, Sua Alteza foi encarcerado, suas terras expropriadas e,
novamente, leiloadas. Somente em 1869, após sucessivas trocas de mão, começa a
se formar o Domínio tal qual é hoje conhecido. Foram acrescentadas novas áreas,
todas Grand Cru, até que em 1936, em consequência de outras disputas, o vinhedo
de La Tâche volta a ser incorporado, criando-se o atual monopólio de Grand
Crus. A família Villaine é a atual proprietária.
O Romané-Conti, ou DRC, foi
produzido até 1945, quando a praga da Filoxera dizimou as vinhas, obrigando o
replante através de enxertos, ocorrido em 1947. Uma nova vinificação só
ocorreria em 1952. Há, portanto, duas fases bem distintas na história deste
vinho.
Notas de Degustação safra 2008
(gentileza do nosso correspondente na
Bourgogne, Monsieur Tareco)
O DRC é 100% Pinot Noir, uma uva temperamental e
famosa por sua dificuldade em ser bem vinificada, a grande especialidade
Bordalesa. São produzidas, em média, 450 caixas por safra, o que torna este
vinho um dos mais raros. Todos os vinhedos do monopólio são conduzidos de forma
orgânica e biodinâmica. No trabalho de campo são empregados cavalos ao invés de
tratores.
O vinho é fermentado com os engaços, o que é incomum naquela região.
O amadurecimento, por um período entre 16 a 20 meses, é em barris novos de
carvalho, provenientes de uma parcela própria na floresta de Troncais. Não se
usa bombeamento; todas as operações de trasfega, assemblage ou engarrafamento
são feitas por gravidade. O vinho não é filtrado, e caso seja necessário
clarificá-lo, apenas clara de ovo é utilizada.
De coloração rubi, mostra aroma
de frutas vermelhas, flores jovens, um pouco de mentol e notas de molho de
soja. O corpo é médio, característica desta varietal, com um soberbo equilíbrio
entre acidez e taninos; boa textura e um final de boca longo e radiante.
Um
monstro de vinho!
Segundo o respeitado crítico internacional Clive Coates: "o
mais raro, o mais caro e, frequentemente, o melhor vinho do mundo (...) o mais
puro, o mais aristocrático e o mais intenso exemplo de Pinot Noir que se possa
imaginar. Não é apenas um néctar, mas uma referência para se julgar todos os
outros vinhos da Borgonha".
O DRC tem vários irmãos, como o La Tache, em
determinadas safras considerado superior, além do Échézeaux, o Richebourg e o
St-Vivant.
Pertencente também ao mesmo grupo, a denominação Montrachet
(pronuncia-se monrrachê) é nada mais, nada menos, que o melhor branco da
França!...
Dica da Semana: Um vinho um pouco mais caro, mas um excelente Pinot
da Borgonha, que não fará feio acompanhando um bom arroz de pato.
Bourgogne
rouge 2008
Produtor: Joseph Drouhin
País: França / Bourgogne
Casta: 100% Pinot
Noir
Este borgonha é produzido por Joseph Drouhin, um dos mais antigos e
respeitados produtores da região. Um vinho concentrado e cheio de fruta madura.
Na boca é amplo e sedoso. Harmoniza com pato, caça ou mesmo alguns peixes mais
gordurosos como atum.
Continuamos na Península Ibérica. Pelas águas do Rio
Douro, atravessamos a fronteira e chegamos à região espanhola de Ribeira del
Duero, terra de um dos mais fantásticos vinhos do mundo. Tudo começou quando
mercadores fenícios vinificaram, na região da Andaluzia, a mesma do Jerez,
entre 1100 a 500 AC. Os gregos vieram depois, com seus animais e suas vinhas.
Os romanos, em 200 AC, transformaram a agricultura familiar em indústria, para
suprir suas legiões e a própria Roma. Com a chegada dos Mouros, em 711 a
produção seria interrompida. Somente a partir do século XIV a vinificação
ganharia novo impulso. Atualmente, a Espanha ocupa uma insofismável posição de
destaque no cenário vinícola.

A região de Ribeira del Duero incorpora-se a este
mercado em 1850, época em que os métodos bordaleses são introduzidos. Em 1864,
Don Eloy Lecanda funda sua bodega com o objetivo de produzir vinhos que se
equiparassem aos de Bordeaux. Plantou 18.000 mudas de videiras dos tipos
Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Pinot Noir, castas até então desconhecidas
no território espanhol.
O reconhecimento viria em 1915, graças a Domingo
Garramiola, o Txomin, que se encarregou de produzir a primeira safra do
fantástico
Vega Sicilia Unico, um dos 10 melhores vinhos do mundo.
A bodega de
Lecanda fora adquirida pela família Herrea que, por sua vez, a alugou a Cosme
Palacio, que contratou Txomin. Trabalhando duro, sua primeira providência foi
limpar a área e adotar técnicas higiênicas. Ele trocou todos os barris, ou
dornas de envelhecimento, por madeiras de carvalho francês. Adotando,
estritamente, as técnicas de Bordeaux, nasceria um vinho lendário. Os
proprietários não o vendiam, distribuindo as garrafas entre membros da alta
sociedade e pessoas amigas, forjando o mito que tal vinho não poderia ser pago
com dinheiro, somente com estima. Um vinho único, exclusivo.
A Evolução do Vega
Sicilia
No início de sua produção, o Único ficava guardado em tonel carvalho
por 10 anos, sendo engarrafado a pedidos. Isto dava ao vinho uma madeira
exagerada, mas com muita fruta e perfume. Em 1966, o enólogo Mariano Garcia
introduz técnicas mais recentes, reduzindo a madeira sem perda de outras
qualidades. A Vega Sicilia foi comprada por David Alvarez, em 1982, que promove
uma grande modernização, aos moldes do que fez Txomin, no início do século XX.
O Veja Sicilia Único não é mais um vinho pesado e amadeirado, embora mantenha
uma bela estrutura, harmonioso, com muita fruta escura, grande potência e
capacidade de guarda. A tradição se mantém, a ponto de não se fazer sequer a
colheita quando a safra não é boa.
Notas de Degustação – safra de 1999
Um corte
de 80% Tempranillo e 20% Cabernet Sauvignon, envelhecido por 2 anos, em grandes
dornas de carvalho, seguido de 16 meses em barris menores, novos, de carvalhos
franceses e americanos. Depois, mais 3 anos em uma mistura de diferentes tonéis
e, por fim, mais duas rodadas de 3 anos, em barris usados e de volta às grandes
dornas.
É um vinho homogêneo e escuro. Aromas muito complexos e perceptíveis
notas de couro, adstringência como a das frutas vermelhas, carnes de caça e a
doçura de chocolate e cerejas negras. Na boca é muito elegante, com alguma
fruta, inicialmente, complementado por excelentes taninos e corpo que crescem
no paladar. Perfeitamente balanceado e integrado.
Desde sua primeira safra o
Único é acompanhado por irmãos menores. Por exemplo, o Valbuena, quase tão
famoso e, muitas vezes, confundido; o Vega Sicilia Gran Reserva, produzido
somente em anos especiais, e o Reserva, que não é safrado.
Dica da Semana: um
espanhol da região de La Mancha que, como D. Quixote, luta por seus ideais.
Manon Roble Tempranillo 2008
Produtor: Bodegas Mano a Mano
País: Espanha /
Região: La Mancha
Casta: Tempranillo
Apontado por Robert Parker como uma das
melhores compras do mundo do vinho, este cativante tempranillo é maturado 7
meses em barricas de carvalho. Macio e cheio de fruto, dotado de certa
elegância, é uma magnífica escolha para ter sempre em casa.
Fechamos um ciclo no Boletim. As colunas iniciais
tiveram um objetivo: apresentar uma parte do universo dos vinhos. Fomos bem
longe, entrando até na seara dos destilados. A partir desta semana, vamos
apresentar os vinhos icônicos, aqueles que todos sonham em provar um dia.
Escolhemos um vinho Português, para começar.
Portugal já foi o principal
exportador de vinhos para o Brasil, lugar ocupado por Chile e Argentina,
atualmente. Mas ainda está firme no mercado, lutando, com qualidade, para
retornar ao topo do pódio. Dois fatores contribuíram para ofuscar o brilho dos
produtos lusitanos: o preço e a qualidade.
Infelizmente, a busca por um lucro
fácil provocou uma enxurrada de vinhos de baixíssima qualidade em nosso
mercado, a preços nem sempre convidativos. Mesmo lá na terrinha as coisas não
estavam indo bem. Mais preocupados com a quantidade, os produtores não se
atualizaram, insistindo em técnicas artesanais e obsoletas enquanto outros
países modernizaram vinhedos e vinícolas.
Portugal é um país com ampla
diversidade de uvas, vinhos e regiões produtoras. Há desde os deliciosos Vinhos
Verdes até vinhos sérios e encorpados como os das regiões do Douro, Dão e
Alentejo.
A modernização dos vinhos portugueses é recente. Somente a partir da
entrada do país na comunidade europeia foi quando grandes investidores aportaram
capitais nas principais vinícolas, introduzindo técnicas atuais de manejo do
vinhedo, equipamentos de aço inoxidável e controle de temperatura na
vinificação. Mas alguns pioneiros já haviam trilhado por estes caminhos.
Fernando Nicolau de Almeida, vinicultor da Casa Ferreirinha, uma das mais
importantes empresas do Douro, foi um deles.
O Douro era famosos pelos vinhos
do Porto, mas seus tintos, não fortificados, nunca se destacaram. Fernando
visitou a região de Bordeaux, em 1940. Voltou encantado com que viu, decidindo
produzir um vinho que se equiparasse aos bordaleses. Nascia uma das glórias do
vinho português: o mítico Barca-Velha, um excepcional corte das uvas Tinta
Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca.
A primeira safra desta maravilha
surgiu em 1952 (só foi comercializado 8 anos depois). Foram selecionados os
vinhedos, todos de pequeno porte e localizados na parte mais alta das encostas.
Na vindímia, só as melhores uvas eram aproveitadas. A temperatura de
fermentação foi controlada com gelo trazido da cidade do Porto, que dista 100
Km. Foi envelhecido em barricas novas de carvalho francês, durante 12 a 18
meses, seguido de um período em garrafa. A ideia era colocar o vinho, no
mercado, pronto para o consumo.
A busca, quase obsessiva, pela qualidade gerou
bons dividendos. Só foram comercializadas poucas safras até hoje (15 ou 16): se
o vinho não estivesse de acordo com a prova do enólogo, recebia o rótulo de
Reserva Especial Ferreirinha e não o de Barca Velha.
Notas de Degustação do
Barca-Velha 1999
Sabores concentrados de frutas negras e grande frescor. Nos
aromas nota-se cedro e baunilha, com toques florais e achocolatados. Um vinho
encorpado, vigoroso e de grande elegância. Degustar um Barca Velha exige uma
preparação cuidada de acordo com a exigência do momento. Deve ser saboreado com
calma, acompanhado por pratos mais cuidados de carne, caça ou mesmo alguns
queijos, com sabores requintados e bem integrados. Recomenda-se que seja
servido à temperatura de 17º-18º.
O Barca-Velha moderno
No início dos anos 90,
a casa Ferreirinha foi vendida para o grupo português Sogrape. Apesar de
algumas mudanças óbvias, o vinho continua sendo produzido e ainda é muito
respeitado. O principal vinhedo que fornecia as uvas para o Barca permaneceu
com os descendentes da fundadora, D. Antônia Ferreira. Em 1998, decidiram
produzir o seu próprio vinho, com as mesmas uvas, empregando as mais modernas
técnicas de vinificação. Este vinho é o Quinta do Vale Meão ou, como preferem
alguns, o Barca Nova, sem dúvida o mais espetacular vinho português do momento.
Para os leitores aventureiros, há garrafas de Barca Velha à venda no Brasil.
Procurem em boas e confiáveis lojas de vinho e prefiram as safras mais recentes
1999 ou 2000. O custo é acima de R$ 1.000,00 por garrafa.
Dica da Semana: um
bom português vindo da região do Douro, com as mesmas castas do Barca e com
preços mais em conta:
Cadão Douro Reserva 2005
Produtor: Quinta do Cadão
Uvas:
Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca
De cor granada intensa, tem
sabores macios, volumosos e delicados. Nos aromas mostra boa evolução.
Harmoniza com carnes de caça, queijos e defumados.