Uma das confrarias que frequento, apelidada de
“Diretoria”, é simplesmente minúscula, mas permite aos 3 participantes,
ou 4 quando temos um convidado, desfrutar de vinhos top e fazer novos
experimentos, sempre acompanhados pela boa comida dos nossos
restaurantes preferidos, que nos aceitam de braços abertos.
Desta vez não foi diferente, este encontro foi marcado para a Enoteca DOC (https://enotecadoc.com.br).
Após algumas deliberações, ficou decido que o Sr. B levaria um Miguel
Torres Gran Sangre de Toro 2010 ($), cabendo ao Sr. G, o Barolo Ricossa
2010 ($$$). Ficou sob minha responsabilidade levar um aerador ainda não
testado, o Rabbit e, por segurança, uma terceira “ampola”, o Angelica
Zapata Cabernet Franc 2006 ($$), que não foi consumida.
A proposta era comparar dois vinhos de origens bem diferentes.
Para abrir os trabalhos escolhemos o Gran
Sangre de Toro, um corte de Garnacha (60%), Cariñena (25%) e Syrah
(15%) oriundo da região da Catalunha e avaliado com 90 pontos Parker.
A vinícola Miguel Torres é uma das maiores da
Espanha. Fundada em 1870 é considerada como muito ousada, exportando
seus produtos para mais de 140 países. Tem uma importante filial no
Chile, produzindo vinhos de alta qualidade como o Manso de Velasco ou o
Conde de Superunda.
A marca Sangre de Toro está entre os
vinhos mais consumidos pelos espanhóis. Este Gran, que equivale a um
reserva, passa por um estágio de 12 meses em barricas de carvalho
apresentando uma bela coloração Rubi escuro.
Optamos por testar o aerador Rabbit nesta
garrafa, uma vez que o Barolo foi colocado num decantador. Embora
exigisse uma inclinação pouco comum da garrafa no momento de servir,
cumpriu sua função sem problemas. Muito fácil sua limpeza após o uso.
Nossa avaliação foi unânime, o vinho estava bastante
redondo, agradável, destacando-se os aromas de frutas maduras. Quanto à
harmonização, foram três pratos bem diferentes:
- o Sr. B optou por um risoto de bacalhau;
- o Sr. G por lascas de bacalhau;
- a minha opção foi um salmão grelhado, molho de alcaparras e risoto siciliano.
Talvez a melhor combinação tenha sido a
do meu prato, a gordura do molho, a acidez do risoto e a textura do
peixe formaram um bom quadro com este vinho.
Os pratos à base de bacalhau sempre são
mais difíceis. Mas, segundo os demais comensais, a harmonização se
mostrou correta. Não houve nenhum comentário negativo.
A casa estava muito movimentada neste dia
provocando um atraso no serviço. Solicitamos que o Barolo fosse servido
ainda durante a refeição, o que não ocorreu. Foi degustado em voo solo.
A vinícola Ricossa Antica Casa começou
como uma destilaria no final de 1800, num galpão nos arredores de Asti,
Piemonte. Pouco a pouco foi evoluindo, passando a produzir excelentes
vinhos, sempre premiados, como foi este Barolo, medalha de bronze no
Decanter 2014.
O Barolo é um dos ícones da vinicultura italiana.
Produzido com a casta Nebbiolo, disputa com o também piemontês
Barbaresco o posto de melhor vinho daquele país, para desespero dos
toscanos e seus deliciosos Brunellos.
Apesar de estar no 5º ano de vida e ter
sido decantado por um bom período, ainda era um vinho jovem. Os taninos
estavam muito firmes bem como a acidez, marcante. Mas era delicioso.
Pena que já havíamos terminado nossos pratos.
Decidimos lhe dar mais tempo deixando-o
abrir na taça, sempre agitada para acelerar o processo. Este expediente
deu bons resultados e as últimas doses estavam perfeitas. Um vinho que
poderia esperar alguns anos ainda sem problemas.
No final, concordamos que a melhor escolha deste encontro foi o Gran Sangue de Toro.
Dica da Semana:
infelizmente os dois vinhos degustados estão escassos no nosso mercado.
Restou a opção do vinho não avaliado neste encontro, mas de outra
safra...
Angelica Zapata Cabernet Franc 2010
Este é um vinho raro, elaborado com uvas dos vinhedos Altamira e La Pirámide, de baixíssimos rendimentos.
Mostra um estilo que lembra alguns dos famosos vinhos de St Emilion em Bordeaux, com uma pronunciada elegância.
Um vinho de longa guarda, que deve ficar ainda mais fino após alguns anos em garrafa.




Onde encontro este vinho Miguel Torres?! Alguma dica?!
ResponderExcluirLú, os vinhos da Miguel Torres são importados pela Devinum (www.devinum.com.br). O melhor é passar um email para o Sr. Marcos Pestana, gerente nacional de vendas e pedir uma indicação próxima de você. O email dele é: mpestana@devinum.com.br
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