domingo, 25 de janeiro de 2015

Recapitulando sobre os tipos de vinhos

Chamou a nossa atenção uma dúvida comum de alguns leitores sobre a diferença entre Vinho do Porto e Vinho do Douro. Embora este blog sobre vinhos nunca tenha pretendido ser um curso, foi necessário nas primeiras publicações estabelecer uma linguagem comum entre autor e leitores, razão pela qual alguns textos foram considerados como didáticos. Em várias oportunidades mencionamos os diferentes tipos de vinhos que existem no mercado, inclusive os dois que motivaram a dúvida.
Faço um convite a todos os leitores que releiam alguns dos meus textos sobre este tema, que foram publicados em 2001. Para ajudar, aqui estão alguns links:
- Espumantes, Brancos, Rosés, Tintos, Doces e Fortificados;
- Vinhos Fortificados – 1ª parte (a continuação desta série fala do Jerez e do Madeira);

Mais recentemente, nas colunas sobre a viagem por Espanha e Portugal, novos conhecimentos podem ser adquiridos.
Para a turma que prefere as respostas diretas:
Vinhos do Porto são elaborados adicionando-se, durante a fase de fermentação, uma quantidade de aguardente neutra para interromper o processo. Como nem todo o açúcar é convertido em álcool, o produto final tem sabor adocicado e muito agradável, apesar ao alto teor alcoólico. Este processo é a "fortificação";
Vinhos do Douro são os vinhos, não fortificados, produzidos nesta região vinhateira com as castas típicas de Portugal.
Todo Vinho do Porto é, em tese, um “Vinho do Douro”, pois somente lá podem ser elaborados. Mas, dentro desta lógica, nem todo Vinho do Douro seria um Porto.
No intuito de não deixar mais nenhuma dúvida sobre este tema, apresento, a seguir, uma extensa relação de tipos de vinhos que são produzidos atualmente. Não pretende ser completa, serão citados, apenas, os produtos mais conhecidos.

TIPOS DE VINHOS

A primeira grande divisão é quase intuitiva: Espumantes; Brancos; Rosés; Tintos e Vinhos de Sobremesa (doces, fortificados, etc.).

1 - ESPUMANTES

Podem ser vinificados em Branco, Rosé ou Tinto.
Denominações habituais:

Champagne – tradicional corte de Chardonnay e Pinot Noir, produzido unicamente nesta região demarcada, utilizando o método Tradicional. Somente estes vinhos podem usar a denominação Champagne.
Vin Mousseux – literalmente significa “vinho efervescente”. Logo, o Champagne é um vin mousseux, mas nem todo vin mousseux é um Champagne. Existem outros espumantes franceses que são comercializados com denominações diferentes:
    Cremant – produzido no Loire, na Borgonha e na Alsácia;
    Blanquet – elaborado na região de Limoux.  

Cava – típico da Espanha, vinificado com uvas locais como Macabeu, Parellada e Xarel-lo.

Prosecco – espumante italiano com denominação protegida. Obrigatoriamente elaborado com a casta Glera, antiga Prosecco, proveniente da região do Veneto (Conegliano, Valdobbiadene).

Asti – espumante italiano produzido com a casta Moscato. O mais famoso é o Moscato D’Asti, da região de Monferrato.

Lambrusco – vinho frisante italiano produzido a partir das seis variedades da casta Lambrusco, conhecidas como Grasparossa, Maestri, Marani, Montericco, Salamino, e Sorbara. Os mais famosos são os da região da Lombardia (Emilia Romana).

Brachetto d'Acqui – espumante tinto e adocicado elaborado na região do Piemonte. Similar ao Lambrusco.

Sekt – nome alemão para vinho espumante. Geralmente produzido com Riesling, Pinot blanc, Pinot gris e Pinot noir.

Quanto ao teor de açúcar variam de Brut (seco) até Doux (doce)

2 - VINHOS BRANCOS 

As castas mais conhecidas são:

Albariño ou Alvarinho
Moscato ou Muscat (*)
Antão Vaz
Pinot Blanc
Assyrtiko
Pinot Gris ou Pinot Grigio
Chardonnay
Riesling
Chenin Blanc
Sauvignon Blanc
Fiano
Semillon
Furmint
Sylvaner
Greco di Tufo
Torrontés
Grüner Veltliner
Verdejo
Malvasia
Viognier
(*) mais de 200 variedades 

Muitas vezes vamos encontrar vinhos brancos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.
Exemplos:
Sancerre e Pouilly-Fumé, produzidos com Sauvignon Blanc;
Chablis e Montrachet, obtidos com a casta Chardonnay;
Vouvray, elaborado com Chenin Blanc.

VINHOS BRANCOS DOCES: praticamente as mesmas castas produzem algum vinho adocicado.
As denominações mais conhecidas são:
Sauternes (Semillon, Sauvignon Blanc, e Muscadelle);
Tokaji (Furmint, Hárslevelu);
Gewurztraminer;
Riesling com predicados (Kabinet, Spatlese, Auslese, etc.);
Orvieto Abboccato;
Ice Wines (Eiswein);
Muller-Thurgau;
“Late Harvest” ou “Colheita Tardia”.

3 - VINHOS ROSÉS 

As mesmas castas usadas para produzir vinhos tintos podem produzir vinhos rosados. Os mais apreciados são:
Cabernet Sauvignon Rosé
Cabernet Franc Rosé
Grenache Rosé (Garnacha)
Pinot Noir Rosé
Syrah Rose
Sangiovese Rose

As denominações mais comuns são:
Provence Rosé
Loire Rosé
Bandol Rosé
Rose D’Anjou

Exceções:
White Zinfandel, White Merlot, Vin Gris e Blush Wine - são rosados.

4 – VINHOS TINTOS 

 As castas mais conhecidas são:

Aglianico
Mourvédre
Barbera
Nebbiolo
Cabernet Franc
Nero d’Avola
Cabernet Sauvignon
Petit Syrah
Carménère
Petit Verdot
Dolcetto
Pinot Noir
Gamay
Pinotage
Grenache ou Garnacha
Sangiovese
Cannonau
Syrah ou Shiraz
Malbec
Tannat
Mencia
Tempranillo
Merlot
Touriga Nacional
Montepulciano d’Abruzzo
Zinfandel ou Primitivo

Muitas vezes vamos encontrar vinhos tintos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.
Exemplos:
Bordeaux – corte com as varietais clássicas de lá: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, entre outras;
Borgonha – sempre Pinot Noir;
Beaujolais – sempre Gamay;
Chianti, Brunello di Montalcino, Vino Nobile di Montepulciano – diferentes vinhos elaborados a partir da casta Sangiovese ou seus clones;
Barolo, Barbaresco – diferentes vinhos elaborados com a casta Nebbiolo;
Châteauneuf du Pape – corte de até 13 varietais típicas do Vale do Ródano, podendo incluir uvas brancas;
Amarone – corte elaborado com base nas seguintes castas: Corvina, Rondinella e Molinara (pode haver outras), previamente passificadas;
Super Toscanos – vinhos elaborados com a uva Sangiovese cortada com uma casta europeia: Cabernet Sauvignon, Merlot, etc..

Alguns raros vinhos tintos doces:
Ochio di Pernice; Recioto della Valpolicella; Freisa

5 - VINHOS DE SOBREMESA (fortificados)

A) FORTIFICADOS TINTOS – vinhos que receberam em algum momento do seu processo de elaboração uma quantidade de aguardente neutra.
Porto – é uma denominação protegida. Só pode ser elaborado na região vinícola do Rio Douro com castas específicas.
Banyuls – denominação protegida francesa da região de Roussilon
Maury – denominação específica da cidade homônima
Rasteau – denominação protegida do vale do rio Ródano

B) FORTIFICADOS BRANCOS
Porto Branco – é seco se comparado ao Tinto
Muscat – os mais famosos são os de Frontignan, Beaumes de Venise e Rivesaltes

C) FORTIFICADOS E OXIDADOS – além da adição de aguardente são submetidos a processos como altas temperaturas ou Solera para que fiquem com sabor especial.
Jerez ou Sherry
Madeira
Marsala
Moscatel de Setúbal
Vin Santo (este não é fortificado)

Dúvidas ainda?

Dica da Semana:  nesta época de altos impostos, nada melhor que uma boa relação custo x benefício.

Guatambu Luar Do Pampa Chardonnay
Coloração esverdeada palha com tons platinados.
Aromas de chá verde, notas frutadas, como abacaxi e melão maduros, sobre um final de flores brancas.
Ao paladar, apresenta-se macio, untuoso, frutado e elegante, com acidez pronunciada, que nos brinda um vinho com intensa fruta, como melão e pera, aliado a um grande frescor.
Perfeito para acompanhar frutos do mar, saladas, bruschettas, queijos de pasta branda e frangos.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Um pouco de história

Não sei se influenciado por minha recente visita a Portugal, mas fiquei emocionado quando vi o resultado da lista de 100 melhores vinhos de 2014, publicada pela respeitada revista Wine Spectator. O 1º lugar coube a um Vinho do Porto, o Dow’s safra 2011. Como se isto não fosse suficiente, nos 3º e 4º lugares estão dois vinhaços do Douro, o Chryseia 2011 e o Quinta do Vale Meão 2011. Ao todo foram seis vinhos classificados nesta lista, um recorde. Este fato trouxe de volta à minha memória uma interessante linha de raciocínio que liga os ingleses à evolução do mercado do vinho até os dias atuais. Foram muito importantes. Explico.
Vinhos do Porto existem, basicamente, por causa dos mercadores ingleses que, impossibilitados de comprar vinhos franceses devido à guerra da Sucessão Espanhola (1702 a 1714 - a Inglaterra lutou contra a França), procuraram vinhos em outros mercados.
Em 1703, a Coroa Britânica assinou com Portugal o Tratado de Methuen, que ficou mais conhecido como o Tratado dos Panos e Vinhos, que reduziria os impostos destes produtos. Beneficiados pelas novas leis, os mercadores britânicos começam a comprar vinhos na cidade do Porto. Para que não se deteriorassem durante a longa viagem, adicionavam aguardente neutra ao vinho já fermentado, o que não resultava num produto de qualidade. Paulatinamente alteraram o processo passando a fazer esta adição durante a fermentação, o que provocava um resíduo de açúcar e a consequente doçura do produto final. Isto transformou o Vinho do Porto nesta especial bebida, apreciada até hoje.
A demanda foi tão grande que, em busca de diminuir seus custos, os mercadores começaram a construir seus depósitos, as famosas Caves, em Vila Nova de Gaia, na outra margem do Rio Douro, em frente à cidade do Porto. Os nomes ingleses destes negociantes, como Cockburn, Graham, Osborne, Taylor, Dow e Sandeman, entre muitos outros, deixam de serem sobrenomes e se tornam as marcas de um produto 100% português, e as mais famosas até hoje.
Para entender esta paixão inglesa por vinhos, que resultou numa enorme influência no vinho moderno, precisamos voltar no tempo, mais precisamente ao ano 1152 quando a Duquesa Eleanor de Aquitânia se divorcia de Luis VII, Rei de França, casando novamente com Henrique Plantageneta, Duque da Normandia, que se tornaria o Rei Henrique II, da Inglaterra, em 1154.
Dentre as terras do Ducado de Aquitânia, governado por Eleanor, se encontrava toda a região de Bordeaux, que passa a pertencer, por laços matrimoniais, ao Império Britânico. Os vinhos ali produzidos eram quase que exclusivos da Coroa Inglesa. A França só recuperaria o total domínio desta área em 1453, após a guerra dos 100 anos...


Vale ressaltar que, tanto esta região quanto a Inglaterra (em 43 DC), estiveram sob o domínio do Império Romano. A ligação com o vinho fica fácil de compreender.
Não foi só o Porto que recebeu a atenção dos comerciantes ingleses, os deliciosos vinhos Madeira e o espanhol Jerez, também evoluíram em virtude do alto consumo britânico. Alguns historiadores atribuem a criação do sistema Solera (Jerez) como uma solução para manter a qualidade da bebida em função das variações da demanda. O termo Sherry, pelo qual o vinho espanhol é mais conhecido, seria uma corruptela de Jerez.
Outro vinho fortificado, o Marsala, é praticamente uma criação do mercador inglês John Woodhouse quando, em 1773, começa a adicionar aguardente a um vinho siciliano, produzido na cidade de Marsala, para exportá-lo. O sucesso foi tão grande que em 1796 ele construiu sua própria vinícola para atender unicamente o mercado britânico.
À medida que o Império Britânico se expandia, criavam novas fronteiras do vinho, numa ação que pode ser facilmente comparada à dos missionários Jesuítas que levavam mudas de parreiras para produzirem seu vinho de missa. Dois dos maiores países produtores de vinho da atualidade, Austrália e Nova Zelândia, antigas colônias, devem a existência de seus vinhedos ao britânico James Busby (imagem abaixo), um professor de viticultura que emigrou, para lá, em 1824. Muito determinado fez várias tentativas sem muita sorte. Somente em 1831, após uma viagem de pesquisas na Europa, obteve as mudas corretas que vingariam neste novo terroir iniciando uma nova era dos vinhos do Novo Mundo. É considerado como o “Pai” do vinho australiano. Pouco tempo depois foi transferido para a Nova Zelândia onde continuou com suas pesquisas e plantando novos vinhedos, com os resultados que apreciamos atualmente.


A contribuição mais revolucionaria, entretanto, não está nem no campo e nem na vinificação, mas numa patente de 1821, logo ao final do período histórico conhecido como Revolução Industrial: uma máquina de produzir garrafas de vidro!
Coube a uma empresa da cidade de Bristol, a Rickets, desenvolver o equipamento e obter a patente. Seriam necessários alguns anos para que o governo permitisse a venda do vinho em garrafas de vidro, o que ocorreu em 1860. Uma nova revolução no mercado do vinho aconteceria: o vinho se tornaria um produto barato devido à redução de impostos e ao novo tipo de envase.
Os maiores beneficiados foram os vinhos franceses que dominaram o mercado num período conhecido como “Anos de Ouro”. A produção atingiu 1 bilhão de garrafas por ano. Incrível!
Se não fosse por este motivo, o vinho de Bordeaux (e de outras regiões da França) jamais teria atingido a fama e o prestígio que mantém até hoje, e tudo mais que decorre disto.
A “culpa” é dos ingleses...
God Save the Queen!

Dica da Semana:  com este calor senegalesco, só um bom branco bem gelado.

Punto Final Sauvignon Blanc 2013
Visual amarelo palha com tons esverdeados.
Aroma de maracujá, abacaxi e pêssego combinado com ervas como grama e azeitonas verdes. Acidez equilibrada, paladar seco, intenso e persistente.
Harmonização: Saladas, Queijos de massa mole, Peixes grelhados ou em molhos leves, Peixes em molhos fortes, Massas com molhos leves, carne vermelha com molhos leves, carne de aves grelhadas ou com molhos leves.

domingo, 11 de janeiro de 2015

10 Conselhos para uma melhor amizade com vinho

Um velho jargão já dizia “Ano novo, vida nova”, geralmente seguido de alguns conselhos ou promessas para ter sucesso a partir da virada do ano. Para não quebrar nenhuma tradição, algo bem supersticioso, vamos iniciar 2015 com uma boa coleção de recomendações, enunciadas pelo excelente enólogo argentino Angel Mendoza, proprietário do Domaine St. Diego, a melhor visita de nossa última viagem à Mendoza. 
Ele nos convida a abandonar alguns mitos sobre a nossa bebida favorita e garante que precisamos continuar explorando outras possibilidades.
Faço uma importante ressalva: este texto foi publicado no diário Los Andes em 16 de agosto de 2014, dirigido ao público consumidor argentino. Apenas fiz a tradução, a mais literal possível, mantendo as deliciosas características de sua prosa. Alguns itens, como aquele sobre a temperatura dos vinhos, merecem uma reflexão adicional de nossa parte, não temos no nosso país as mesmas condições climáticas de lá. 
I - Saborear boas comidas e vinhos é um dos prazeres da vida. "Uma refeição sem vinho é como um dia sem sol". "O bom vinho é uma deliciosa guloseima que adoça a vida".

II - Para desfrutar da boa vida e dos vinhos é necessário cultivar os sentidos (visão, olfato, paladar, tato, audição, bom senso) e a curiosidade.
O vinho é um maravilhoso mundo de sensações onde se encontra mistério, sofisticação, charme, alegria e surpresa.

III - Para bons vinhos, bons momentos: amigos, amores, filhos, família, triunfos, aniversários, saúde, reuniões sociais, negócios, jantares de gala, restaurantes finos. "O churrasco e as massas no domingo". "A sede do Verão". "A reflexão que o inverno convida", "Nunca sozinho ou solitário", "A verde esperança da Primavera", "A Fotocromia do Outono".

IV - Os milenários benefícios terapêuticos de um bom vinho são redescobertos a cada dia. Uma ou duas taças por refeição prolongam a vida, ou, pelo menos, a tornam mais saudável e feliz.
A tragédia do alcoolismo não está escondida nas primeiras taças de uma boa refeição.
Quando desejamos saúde ao brindar com o vinho, estamos relembrando o antigo costume de considerá-lo uma bebida saudável e curativa.
Embora estudos recentes tenham mostrado que o vinho tinto, consumido diária e moderadamente, reduz o risco de ataques cardíacos, os vinhos brancos e rosados também são saudáveis porque liberam o espírito. Naturalmente, "o bon vivant" sempre começa com um branco para terminar com um tinto.

V - Bons vinhos são parte inseparável da cultura dos povos dominantes do Mediterrâneo. Foi assim que (o vinho) chegou à Argentina e permitiu o desenvolvimento social e econômico desta terra. O vinho surge diferente em cada região. O enoturismo permite descobrir a originalidade desta bebida.
Temos que nos preparar, todos os dias, para melhor impressionar cada visitante de nossas vinícolas. O vinho é o melhor embaixador da nossa terra.
Os Agrônomos e Enólogos argentinos devem tentar colocar em cada garrafa de vinho uma imagem clara da paisagem (terroir), cultura e identidade das regiões vitivinícolas.
Nós nunca bebemos vinhos tão ricos como os de hoje. Mas, certamente, os de amanhã serão melhores.

VI - Para apreciar os bons vinhos necessitamos de taças de cristal adequadas ou de vidro claro, transparente, com hastes e formato oval ou de tulipa. Os seus sentidos irão capturar melhor os sedutores estímulos dos vinhos.
Para vinhos brancos, taças de menor volume para sempre beber o vinho fresco.
Para os vinhos tintos nobres, envelhecidos em madeira e na garrafa, a taça Bordalesa com mais de 300 ml permite uma aeração simultânea liberando o bouquet.
Para os espumantes, a sedutora taça flute permite admirar o "perlage", uma série de bolhas finas que explodem na superfície e liberam os sabores.

VII - Aprecie o bom gosto dos vinicultores para engarrafar e rotular seus vinhos. Rótulos são obras de arte que devem corresponder à qualidade do vinho. Você deve perceber isto com os seus sentidos.
Junto com cada garrafa se compra a ilusão de um momento especial, como um pôr do sol ao pé da Cordilheira dos Andes ou uma noite romântica. Esta sensação se transmite por meio das imagens; o conteúdo é o toque final.
"O bom vinho pode ser comparado com as mulheres honradas: não devem apenas ser, mas demonstrá-lo".

VIII - Seja muito respeitoso e exigente com a temperatura do vinho. As castas brancas resfriadas entre 8 e 12° C. Os tintos encorpados e de guarda a não mais de 18° C. Espumantes bem gelados entre 2 e 6° C, com a taça “flute” gelada no verão.
Os vinhos de mesa para o dia a dia, geralmente cortados com suco de uva, devem ser bebidos bem frescos, para matar a sede, entre 8 e 12° C, para que não fiquem muito doces.
Na primavera e no verão, para saciar a sede, não hesite em combiná-los com água mineral, ligeiramente gasosa, suco de frutas ou adicionar alguns cubos de gelo. Será uma bebida refrescante muito natural. Mais saudável do que refrigerantes com ácido fosfórico.
Também conserve com carinho sua coleção de vinhos de guarda a uma temperatura constante de 12° C.

IX - A melhor harmonização entre pratos e vinhos pode estar na cor:
Para alimentos de cor clara, vinhos brancos.
Para alimentos de coloração escura/vermelha, vinhos tintos.
Lembre-se que a prática da desobediência e o gosto pessoal são a base do prazer.

X - O melhor vinho é aquele que você gosta. Desafie e recompense o seu bom gosto não esquecendo que:
O vinho é uma bebida natural, milenar, saudável e alegre, que gratifica o coração das pessoas quando apreciado com moderação.
É uma bebida mágica, sensual e saudável que se renova de geração em geração.
É importante também nunca esquecer que é uma bebida elaborada a partir de uvas, não é fabricada. É cultivada no vinhedo, na adega e até na sua venda. Viva com paixão; beba com sabedoria!

O contexto cultural do vinho.
- A localização dos vinhedos - o sabor das uvas.
- A arquitetura das vinícolas.
- A paixão dos produtores.
- A sedução dos rótulos.
- As histórias românticas dos contra rótulos e folhetos.
- A linguagem do vinho.
- A alegria descontrolada dos amigos com uma segunda taça de vinho.
- O calor de uma família reunida em torno de uma mesa de pratos requintados e vinhos solenes.

Dica da Semana:  quem disse que não se bebem tintos no verão? Experimentem este aqui!


Morandé Pionero Pinot Noir 2013
Um vinho fresco e jovem que possui aromas de framboesas e notas de especiarias com toque terroso ao final.
No paladar a acidez é vibrante e os taninos muito delicados.
Siga um dos conselhos de Angel Mendoza e o deguste gelado acompanhando peixes e frutos do mar.