Pelo menos na opinião do celebrado Robert Parker, o
Imperador do Vinho. Para surpresa geral, até mesmo de experimentados enófilos,
a safra de Bordeaux de 2009 foi distinguida com 19 (dezenove) notas 100, 18
tintos e 1 branco. Um fato inédito e digno de grandes comemorações.
Ainda não havíamos falado sobre este país vinícola encravado na França. Citamos a Borgonha e deixamos, conscientemente, a região de Bordeaux para uma segunda visita. Aqui nasceram os grandes vinhos do mundo, desenvolveram-se as mais sofisticadas técnicas de viticultura e vinificação e criou-se um modelo copiado por todos: não há um enólogo na face da terra que não sonhe em incluir um corte bordalês no seu portfólio. Quase uma reverência aos deuses da enocultura.
Um pouco de história
A produção de vinhos nesta região data de 48 DC, durante a ocupação romana de St. Emilion, quando foram implantados os primeiros vinhedos com a finalidade de produzir bebida para as tropas de Roma. No ano 71 DC já havia diversos vinhedos produtivos em Bordeaux, embora estudos tenham encontrado, na região do Languedoc a presença da uva desde 122 AC.
O vinho ali produzido era de agrado dos franceses e raramente exportado. A partir do século XII estes vinhos ganham o mundo, através do casamento de Henry Plantagenet, que se tornaria o Rei Henrique II da Inglaterra e Eleanor d’Aquitaine, incorporando a província da Aquitânia ao território inglês e absorvendo a produção vinícola. Este quadro só seria alterado ao final da guerra dos 100 anos quando a província foi reincorporada à França.
Apesar de guerras e pragas, os vinhedos foram se expandido obrigando à introdução de regiões demarcadas a partir de 1725, para que os consumidores pudessem identificar as diversas origens dos vinhos. O Instituto das Denominações Controladas, foi criado para coibir falsificações, determinando que só os vinhos de Bordeaux ostentassem esta indicação em seus rótulos.
A classificação de 1855
Não é possível compreender estes vinhos sem conhecer a legislação sugerida pelo Imperador Napoleão III. Ele exigiu uma forma de classificação para os grandes vinhos que seriam expostos e negociados na Exposição Universal de Paris. A seleção levou em conta a reputação do Château e o preço de venda, o que era diretamente relacionado à qualidade.
Basicamente os tintos são enquadrados como Premier Crus até Cinquièmes Crus, com ligeiras variações entre as regiões do Medoc, St. Emilion e Graves.
Os brancos foram divididos em Premier Cru Superieur, Premier Cru e Deuxième Cru.
Houve apenas duas alterações nesta classificação até hoje, a mais significativa foi a reclassificação do Château Mouton Rothschild, em 1973, de segundo para Primeiro Cru.
Os 20 vinhos de 100 pontos: (nome seguido da região produtora)
Tintos: (todos Château)
- Beausejour Duffau Lagarrosse – St. Emilion
- Bellevue Mondotte - St. Emilion
- Clinet – Pomerol
- Clos Fourtet – St. Emilion
- Cos D’Estournel – Saint Estephe
- Ducru Beaucaillou – Saint Julien
- L’Evangile - Pomerol
- Haut Brion- Pessac - Léognan
- Latour - Medoc
- Leoville Poyferre – Saint Julien
- La Mission Haut Brion - Pessac - Léognan
- Mondotte – St. Emilion
- Montrose – Saint Estéphe
- Pavie – St. Emilion
- Petrus – Pomerol
- Le Pin - Pomerol
- Pontet Canet - Pauillac
- Smith Haut Lafitte - Pessac - Léognan
Branco:
- Pape Clément - Pessac - Léognan
Todos ótimos vinhos, entre eles grandes ícones que confirmam suas lendas. Mas... Caríssimos! Os 1er Crus são considerados os mais caros vinhos do mundo. Depois dos 100 pontos, o céu é o limite.
Curiosidade:
- após 30 anos criticando vinhos, Parker deu poucas notas 100. Foram 224 rótulos, muitos distinguidos em várias safras. O interessante é a divisão destas notas por região produtora: 30% vinhos do Rhone, 24% de Bordeaux (não computadas as atuais notas), 20% da Califórnia e 1,3 % da Itália. Os restantes 24,7% estão distribuídos entre outros países.
Na semana que vem, um pouco mais sobre Bordeaux.
Dica da Semana: um Bordeaux bom, bonito e barato
(será que existe?)
CHÂTEAU SAINTE MARIE ROUGE 2006
Produtor: Château Sainte Marie
País: França / Bordeaux
Uva: 64% Merlot, 28% Cabernet Sauvignon e 8% Cabernet Franc
Utilizando práticas raríssimas na região de Entre Deux Mers, como cultivo orgânico e colheitas totalmente manuais, conseguem elaborar um vinho bastante superior aos normalmente encontrados nesta denominação. Os vinhedos antigos, com mais de 35 anos, e a maturação de 12 meses em barricas de carvalho, contribuem para deixar o vinho ainda mais complexo e atraente. Uma bela surpresa! Harmoniza com carnes grelhada, confit de pato, magret e carnes assadas.
Ainda não havíamos falado sobre este país vinícola encravado na França. Citamos a Borgonha e deixamos, conscientemente, a região de Bordeaux para uma segunda visita. Aqui nasceram os grandes vinhos do mundo, desenvolveram-se as mais sofisticadas técnicas de viticultura e vinificação e criou-se um modelo copiado por todos: não há um enólogo na face da terra que não sonhe em incluir um corte bordalês no seu portfólio. Quase uma reverência aos deuses da enocultura.
Um pouco de história
A produção de vinhos nesta região data de 48 DC, durante a ocupação romana de St. Emilion, quando foram implantados os primeiros vinhedos com a finalidade de produzir bebida para as tropas de Roma. No ano 71 DC já havia diversos vinhedos produtivos em Bordeaux, embora estudos tenham encontrado, na região do Languedoc a presença da uva desde 122 AC.
O vinho ali produzido era de agrado dos franceses e raramente exportado. A partir do século XII estes vinhos ganham o mundo, através do casamento de Henry Plantagenet, que se tornaria o Rei Henrique II da Inglaterra e Eleanor d’Aquitaine, incorporando a província da Aquitânia ao território inglês e absorvendo a produção vinícola. Este quadro só seria alterado ao final da guerra dos 100 anos quando a província foi reincorporada à França.
Apesar de guerras e pragas, os vinhedos foram se expandido obrigando à introdução de regiões demarcadas a partir de 1725, para que os consumidores pudessem identificar as diversas origens dos vinhos. O Instituto das Denominações Controladas, foi criado para coibir falsificações, determinando que só os vinhos de Bordeaux ostentassem esta indicação em seus rótulos.
A classificação de 1855
Não é possível compreender estes vinhos sem conhecer a legislação sugerida pelo Imperador Napoleão III. Ele exigiu uma forma de classificação para os grandes vinhos que seriam expostos e negociados na Exposição Universal de Paris. A seleção levou em conta a reputação do Château e o preço de venda, o que era diretamente relacionado à qualidade.
Basicamente os tintos são enquadrados como Premier Crus até Cinquièmes Crus, com ligeiras variações entre as regiões do Medoc, St. Emilion e Graves.
Os brancos foram divididos em Premier Cru Superieur, Premier Cru e Deuxième Cru.
Houve apenas duas alterações nesta classificação até hoje, a mais significativa foi a reclassificação do Château Mouton Rothschild, em 1973, de segundo para Primeiro Cru.
Os 20 vinhos de 100 pontos: (nome seguido da região produtora)
Tintos: (todos Château)
- Beausejour Duffau Lagarrosse – St. Emilion
- Bellevue Mondotte - St. Emilion
- Clinet – Pomerol
- Clos Fourtet – St. Emilion
- Cos D’Estournel – Saint Estephe
- Ducru Beaucaillou – Saint Julien
- L’Evangile - Pomerol
- Haut Brion- Pessac - Léognan
- Latour - Medoc
- Leoville Poyferre – Saint Julien
- La Mission Haut Brion - Pessac - Léognan
- Mondotte – St. Emilion
- Montrose – Saint Estéphe
- Pavie – St. Emilion
- Petrus – Pomerol
- Le Pin - Pomerol
- Pontet Canet - Pauillac
- Smith Haut Lafitte - Pessac - Léognan
Branco:
- Pape Clément - Pessac - Léognan
Todos ótimos vinhos, entre eles grandes ícones que confirmam suas lendas. Mas... Caríssimos! Os 1er Crus são considerados os mais caros vinhos do mundo. Depois dos 100 pontos, o céu é o limite.
Curiosidade:
- após 30 anos criticando vinhos, Parker deu poucas notas 100. Foram 224 rótulos, muitos distinguidos em várias safras. O interessante é a divisão destas notas por região produtora: 30% vinhos do Rhone, 24% de Bordeaux (não computadas as atuais notas), 20% da Califórnia e 1,3 % da Itália. Os restantes 24,7% estão distribuídos entre outros países.
Na semana que vem, um pouco mais sobre Bordeaux.
CHÂTEAU SAINTE MARIE ROUGE 2006
Produtor: Château Sainte Marie
País: França / Bordeaux
Uva: 64% Merlot, 28% Cabernet Sauvignon e 8% Cabernet Franc
Utilizando práticas raríssimas na região de Entre Deux Mers, como cultivo orgânico e colheitas totalmente manuais, conseguem elaborar um vinho bastante superior aos normalmente encontrados nesta denominação. Os vinhedos antigos, com mais de 35 anos, e a maturação de 12 meses em barricas de carvalho, contribuem para deixar o vinho ainda mais complexo e atraente. Uma bela surpresa! Harmoniza com carnes grelhada, confit de pato, magret e carnes assadas.


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