Fortificados? Será que alguém construiu uma fortaleza só
para guardar vinhos?
Vamos deixar todos com curiosidade, mas não existe nenhuma
muralha em torno dos vinhos fortificados. Só por uma questão de tradição, os
deixaremos por último. Para começar, como manda o ritual de uma degustação,
vamos abrir um espumante.
Nesta categoria de vinhos, os Champanhes reinam absolutos. E
só os que são produzidos na região de Champagne, na França, podem receber esta
denominação. O resto é espumante.
Mas e os maravilhosos Proseccos, não são champanhes? Não!
Aliás, desde a introdução no nosso mercado deste simpático e refrescante
espumante italiano, a expressão tomar um prosecco virou sinônimo de tomar um
espumante. Um engano curioso: prosecco é a uva a partir da qual se faz o
borbulhante vinho.
Existem vinhos brancos tranquilos (os que não espumam) com a
mesma uva e a mesma denominação.
Vinhos espumantes são fabricados em diversos países e,
acreditem, alguns podem ser melhores que os endeusados Champãs, como gostava de
grafar o saudoso Ibrahim Sued. No Brasil são produzidos excelentes espumantes,
apreciados por degustadores internacionais. Na Espanha, espumantes são
conhecidos como Cavas, na Alemanha denominam-se Sekts, pouco apreciados por
aqui. Na Itália, além do já citado, vamos encontrar o Lambrusco e o Asti, entre
outras. Na França fazem espumantes em outras regiões adotando a expressão
Cremant.
As castas mais tradicionais na produção destes vinhos são a
Chardonnay e a Pinot Noir.
Um detalhezinho: espumante que se preze é Brut, que se
traduz como seco. Bebe-se gelado, em torno de 9° C.
Além dos espumantes, a uva Chardonnay produz os melhores
vinhos brancos, na opinião de muitos enófilos. A referência, como sempre, são
os vinhos da Borgonha, França. Mas não reinam mais sozinhos e podem mesmo, ter
perdido a majestade. Os chardonnays Norte-Americanos tem simplesmente arrasado
a concorrência, aliando qualidade a um preço imbatível. A perfeita relação
custo x benefício.
Outras uvas brancas desafiam a nossa Rainha (Chardonnay).
Sauvignon Blanc, Semillon, Pinot Gris, Riesiling, são algumas das castas que
produzem vinhos fantásticos, principalmente no novo mundo. Existem, também,
brancos feitos a partir de uvas tintas. Nenhuma mágica nisto, basta remover as
cascas no processo de fermentação. A Pinot Noir, classuda e complexa uva tinta,
costuma ser vinificada em branco para compor os champanhes. A expressão blanc
des blancs indica os vinhos feitos unicamente com uvas brancas.
Já adivinharam qual seria a casta que reina nos tintos?
Pinot Noir é uma delas. Mas não é a única. Dependendo do paladar de cada um, e
isto é extremamente significativo, os melhores tintos poderão ser das castas
Cabernet Sauvignon, Nebbiolo, Sangiovese, Syrah ou Merlot. Isto sem levar em
conta as sul-americanas Malbec (Argentina), Carménère (Chile) e Tannat
(Uruguai), cujo reconhecimento e consumo mundiais aumentam espetacularmente.
Os Tintos são vinhos sérios, para serem bebidos com certa
circunstância. Existe mesmo um rito para aprecia-los. Mas não sejam tão
precisos assim, um cálice de tinto nas refeições não só as tornam mais saborosas
como traz ótimos benefícios à saúde. Mas sem exageros OK?
Vinho tinto é o maior mercado vinícola e será objeto de uma
coluna só para eles.
E o Rosé? É simplesmente uma mistura de tinto com branco?
Não é bem assim. Sua agradável coloração é obtida
controlando-se o tempo que as cascas da uva tinta permanecem em contato com o
mosto em fermentação. O Rosé é descompromissado, refrescante, para ser
degustado informalmente. É ideal para o verão brasileiro. Boa companhia para
uma praia ou piscina. Bebe-se quase como uma cerveja – bem gelado. Para os
enochatos a temperatura indicada é cerca 12° C. (boa pra um branco também)
Acredito que os leitores já estão impacientes: e o tal
fortificado?
Posso afirmar, com segurança, que todos nos já provamos um
fortificado. Vinho do porto, por exemplo. Outros da mesma categoria são o
Madeira, o Jerez e o Marsala. Junto com os vinhos doces, também chamados de
sobremesa, formam uma categoria à parte.
Neste segmento dos adocicados, pensados para acompanhar uma
sobremesa, reinam o Tokai, produzido na Hungria, e o Sauternes, francês. No
Novo Mundo, são comuns vinhos de sobremesa produzidos a partir das castas
Gewurztraminer e Riesiling. Tintos doces são raros, mas deliciosos. Um exemplo
dos mais conhecidos é o Vin Santo italiano.
Vinho do Porto é a referência entre os chamados
fortificados. Recebem esta denominação porque são misturados com aguardente
vínica, processo que permite que estes vinhos durem mais de 100 anos. Assim
como os doces, completam uma refeição tendo a fama de serem digestivos. Mas há
que os beba como aperitivos.
Saca Rolhas em punho!
Montes
Chardonnay 2009 (Viña Montes)
País: Chile
Tipo: Branco Seco
Ótimo branco elaborado com a nobre uva Chardonnay. É
fermentado parcialmente em carvalho, o que confere esse agradável toque de
baunilha bem equilibrado com as frutas exóticas. Encorpado, rico, cremoso e de
moderada acidez. Apresenta uma excelente relação qualidade/preço.
Saúde !