sexta-feira, 27 de abril de 2012

Austrália e Nova Zelândia – 3ª parte

Os Brancos são a Grande Estrela

Um país onde tudo é especial, desde a beleza natural até a forma como seus habitantes fazem referência à sua terra natal: Kiwiland, terra do Kiwi, esta deliciosa fruta que ganhou o mundo é o jargão mais conhecido, mas não é o único. Os produtores locais afirmam que provar um vinho neozelandês é uma experiência única, como é único o seu país. Uma combinação especial onde solos, clima, água, inovação, pioneirismo e comprometimento com a qualidade se unem para proporcionar a mais pura, intensa e diversa experiência. Em cada taça de um vinho da Nova Zelândia existe um universo de descobertas. 
Um pouco da história 
As primeiras mudas de videiras foram trazidas pelos colonizadores em por volta de 1836. Em 1851, missionários católicos franceses fundaram uma vinícola pioneira. Mas, como em muitos países produtores, estas não foram iniciativas de muito sucesso. Três fatores influíram fortemente para que o vinho não fosse mais que uma indústria marginal: o foco na criação animal, legislação restritiva com proibições e temperança (Lei Seca) e fatores culturais que faziam da cerveja e dos destilados as bebidas prediletas. 
No início de século XX, imigrantes Dálmatas trouxeram o conhecimento agrícola e as técnicas de vinificação mais modernas dando inicio à produção de vinhos fortificados e doces, como Sherry e Porto, que caíram no gosto local. A explosão do setor só aconteceria com o ingresso da Inglaterra na Comunidade Econômica Europeia (1970) o que obrigou a revisão de diversos acordos bilaterais com a NZ provocando uma interessante reestruturação na economia local. A rigorosa legislação sobre bebidas foi modificada, acabando com o limite de 1 hora nos bares após o expediente que passaram a abrir também aos domingos. Nos restaurantes permitiram trazer sua própria garrafa de bebida (Bring Your Own Bottle - BYOB), importante contribuição para o espetacular crescimento da indústria vinícola daí em diante. 
Uvas e Regiões Produtoras 
Das 8.000 espécies de uvas existentes no mundo, cerca de 50 são cultivadas no país. A mais popular é a Sauvignon Blanc, com 10.500 hectares, seguida pela Pinot Noir com 4.500 hectares. Outras varietais utilizadas são Chardonnay, Merlot e Pinot Gris, Syrah e Cabernet Sauvignon. 
De modo análogo a outros países produtores, sofreram com a filoxera. Talvez tenham, hoje, a maior experiência no assunto: lutaram bravamente por mais de um século, até serem obrigados a replantar seus vinhedos com uvas enxertadas. Fizeram extensas pesquisas e selecionaram apenas 3 tipos de "cavalo" para serem usados, num projeto concluído somente em 2007. Sem dúvida, outra característica única! O resultado prático são vinhedos de qualidade ímpar o que permite a elaboração de ótimos vinhos. 
As principais regiões produtoras são Marlborough e Hawke’s Bay, considerados como centros nervosos da indústria vinícola. Cada uma das regiões indicadas no mapa têm características próprias e as uvas a serem ali plantadas são estudadas cientificamente obtendo-se os melhores resultados. Por exemplo, foi na região de Martinborough (Wairarapa), após diversas pesquisas, que se iniciou em 1970 o plantio da casta Pinot Noir com enorme sucesso. 
A Sauvignon Blanc foi quem melhor se adaptou neste novo território. Os vinhos produzidos são comparados aos melhores do mundo e muitas vezes considerados superiores. Uma destas preciosidades se tornou uma lenda e estabeleceu um novo patamar de qualidade internacional. Vamos conhecê-lo! 
Cloudy Bay Sauvignon Blanc 

A vinícola Cloudy Bay, localizada na região de Marlborough, homenageia a baia homônima. O nome do acidente geográfico, que significa Baía Nublada, foi dado pelo lendário Capitão Cook que navegou por aquelas águas em 1770. 
O Sauvignon Blanc, cuja 1ª safra em 1985 foi vinificada a partir de uvas compradas de outros produtores, teve uma repercusão impressionante, revelando esta região para o mundo. Foi exportado para mais de 20 países, obtendo ótima aceitação pelos mais diferentes consumidores. Com seu estilo peculiar, cheio de fruta e com um caráter bem definido, conquistou até mesmo aqueles que estavam habituados a consumir os tradicionais Sancerre e Pouilly-Fumé do Vale do Loire, vinhos mais fechados e tímidos perto desta explosão de sabores. Hoje é produzido a partir de uvas próprias, plantadas em 140 hectares, divididos em 3 áreas, algumas delas nas margens da baía. Além do Sauvignon, são produzidos um excelente Chardonnay e um Pinot Noir. O poderoso grupo Luis Vuitton Möet Henessy, através da subsidiária Veuve Clicquot, é a atual dona desta importante vinícola. 
Notas de Degustação safra 2011 

Os frutos foram colhidos principalmente à noite e antes de raiar o sol, em temperaturas mais amenas. Uma vez selecionados e desengaçados, são levemente prensados. O mosto obtido é macerado a frio por 48 a 72 horas em tanques de aço inox, quando é introduzida uma levedura. Todo o processo é feito a baixas temperaturas. Para o corte final só são aceitos os lotes com a melhor qualidade. 
Visualmente tem coloração amarelo- palha com reflexos esverdeados, produzindo uma fragrância sedutora que oferece aromas de frutas maduras e cítricos suculentos, com suaves notas herbáceas. No palato tem textura aveludada com sabores picantes de frutas cítricas e uma acidez refrescante. 
Sem dúvida nenhuma um vinho único! 
Seu preço também é palatável, girando em torno de R$ 150,00 nas boas lojas do Brasil. (dados de 2012)

Dica da Semana: Infelizmente os bons brancos neozelandeses não são fáceis de encontrar por aqui. Este pode ser um achado. Importado pela Casa Flora / Porto-a-Porto. 

ONE TREE SAUVIGNON BLANC 
País: Nova Zelândia / Marlborough 
Este Sauvignon Blanc apresenta cor amarelo-palha com reflexos verdeais. Aroma de frutas cítricas, maçã verde e notas de herbáceo. Um vinho seco, leve com boa acidez, meio de boca expansivo e final com retrogosto de groselha e grapefuit. 
Harmonização: ideal para peixes e saladas.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ainda não vencemos!

Uma atualização sobre o tema Salvaguardas e Boicote 
Importantes adesões engrossam as fileiras dos descontentes, a mais recente e importante é a declaração da ABS – Rio que reproduzimos abaixo: 
Salvaguardas: A ABS Rio se posiciona:  
Desde a década de 1990, e até mesmo antes, a ABS Rio tem dado inegável e reconhecido suporte ao desenvolvimento da vinicultura brasileira, através de fatos concretos. Duas ou três viagens anuais à Serra Gaúcha e incursões no planalto catarinense e no Vale do São Francisco já colocaram mais de 600 enófilos cariocas em contato direto com nossos produtores de vinhos e com seus vinhedos, instalações e produtos por meio da associação. As degustações dirigidas de vinhos nacionais têm colocado em relevo a produção brasileira no âmbito da ABS Rio, no Flamengo e na Barra. O mesmo se pode dizer da utilização sistemática dos espumantes brasileiros na abertura das reuniões quinzenais de nossos setenta e cinco grupos de degustação que congregam mais de 500 enófilos. 
Chama atenção a afluência de nossos associados às palestras proferidas por enólogos e experts das vinícolas nacionais que são sempre recebidas na ABS Rio de braços abertos e com todo interesse. 
É, pois, como decidido apoiador de nossa indústria vinícola que a ABS Rio vem manifestar-se contrariamente à imposição de medidas de favorecimento da produção nacional em detrimento das importações de vinhos internacionais. 
Não podemos esquecer que o extraordinário desenvolvimento por que passou a vinicultura brasileira nos últimos vinte anos coincidiu com a abertura às importações. A busca pela qualidade tornou-se imperiosa e a reação dos nossos produtores foi notável e vitoriosa. O Brasil, praticamente desconhecido no mundo do vinho até recentemente, passou a ocupar um lugar, mesmo que ainda pequeno, no Atlas Mundial do Vinho. 
No caso dos espumantes, a qualidade atingida fez com que os nossos produtores possam competir com vantagens em relação aos importados. Entendemos que todo um trabalho que se fez ao longo desses anos - a ABS entre as entidades à frente desse movimento - a favor da divulgação da cultura do vinho, que levou ao aumento do interesse e à elevação do consumo, poderia vir a ser perdido por medidas restritivas. 
Com base nesses fatos a ABS Rio se manifesta contrariamente à imposição de restrições às importações de vinhos, no mesmo momento em que presta seu apoio, como divulgadora e formadora de opinião, aos vinhos nacionais de qualidade. 
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2012. 
Ricardo Augusto B. L. de Farias (Presidente) 

Outras adesões: 
ABS – SP, uma das primeiras organizações a se manifestar. 

SBAV – RJ, 

Os Chefs: Roberta Sudbrack, Claude Troisgros, Alex Atala, Felipe Bronze, Rolland Villard e muitos outros. 

Restaurantes: Aparazivel (RJ), Tasca da Esquina (SP), Fasano (SP), Mr. Lam (RJ), Zot (RJ), entre outros, e o interessante protesto do Amadeus (BH) que encapou suas garrafas conforme a foto. 
As vinicolas: Adolfo Lona, Angheben, Antonio Dias, Cave Geisse, Chandon, Don Abel, Maximo Boschi, Salton, Vallontano, Valmarino e Villagio Grando, rapidamente se manifestaram contrárias à ideia. 
Do lado oposto: o Sr, Carlos Paviani, todo poderoso diretor do tal IBRAVIN, pronunciou-se (acreditem): 
"O boicote, na verdade, sempre ocorreu, só que de forma velada. Agora, pelo menos, está escancarado. É interessante notar que os poucos restaurantes que anunciam o boicote e até mesmo algumas lojas de vinhos confessam que trabalhavam com menos de 5% de vinhos brasileiros". 
Quem decide: A SECEX – Secretaria de Comércio Exterior esclareceu ao excelente site Wine Report: 
"a argumentação dos peticionários é inconsistente demais para a aplicação de uma salvaguarda", e garantiu que "se os critérios forem apenas técnicos, o pedido não passa, mas ressaltou que o poder político costuma pesar decisivamente nesses casos". 
O Contra-ataque: caso a medida seja aprovada, os países exportadores prejudicados podem adotar medidas de retaliação, previstas, que recairão sobre carnes, soja... 
Saiba mais: Neste link para o Wine Report, a história completa. 
 

Austrália e Nova Zelândia – 2ª parte


Terra da Inovação Vinícola

Um pouco mais sobre a Austrália 
Aproveitando o tema Inovação, o nosso passeio pela Austrália recebe a importante contribuição de dois leitores. O primeiro nos questionou sobre a existência ou não de vinhos australianos numa relação dos dez melhores (top ten). Para responder esta pergunta, teríamos que estabelecer um importante parâmetro: que lista é esta e quem a elaborou? 
Não existe uma lista única. Existem várias listas de melhores vinhos elaboradas por críticos famosos, sommeliers respeitados, publicações especializadas, associações de consumidores, enófilos e até por confrarias informais. Baseados num dos poucos consensos neste infinito universo, vamos usar a classificação de Robert Parker, sem dúvida um líder entre os formadores de opinião. Na sua relação de vinhos agraciados com 100 pontos, encontramos 5 vinhos de 3 produtores diferentes. O Grange safra 1976 apresentado na semana passada é um deles. 
Vamos conhecer outro vinho extraordinário e que pode ser definido como o oposto do anterior. Recebeu a nota máxima em cinco safras, 96, 98, 2001, 2002 e 2004, o que demonstra uma grande regularidade: Chris Ringland Shiraz. 
garrafas de 1996 e 2007
Um vinho de autor surpreendente, produzido por uma minúscula vinícola, bem ao estilo "garagiste" como os franceses denominam aqueles produtores que desafiam os grandes grupos, sem compromissos, preocupados apenas em produzir com ótima qualidade. Talvez seja esta a grande diferença: em lugar de muita tecnologia e processos industriais, muito trabalho manual, dedicação e uma boa dose de inspiração artística. 
O proprietário e enólogo Chris Ringland dispõe de aproximadamente 4 hectares de vinhas pré-filoxera com mais de 100 anos de idade, na região de Barossa. Trabalhou por mais de dez anos na recuperação do parreiral, limpando, podando e replantando os pés improdutivos com repiques das plantas melhores. Acredita que estas videiras anciãs por estarem tão habituadas a este micro ambiente são capazes de produzir os melhores frutos e, por extensão, os melhores vinhos. 
Ringland é o pequeno produtor australiano que recebe os mais calorosos elogios da crítica especializada. Apesar de produzir 1000 garrafas por ano, logo chamou a atenção de Parker que lhe concedeu 100 pontos na primeira safra que degustou (1996). Rapidamente, os preços no mercado australiano dispararam e o vinho tornou-se caro e raro. 
Na sua produção há diversos aspectos fora do comum, um deles é que os barris de amadurecimento nunca são completamente cheios. Este espaço, segundo o produtor, permite uma pequena evaporação que aumenta a concentração do vinho. Após 40 meses, em média, são engarrafados sem filtração ou clarificação. 
Notas de degustação da safra 2004 
Esta foi outra safra celebrada. Amadurecido por 42 meses em barricas novas de carvalho francês, apresenta uma coloração quase negra. Oferece aromas terrosos, grafite, café expresso, cassis e mirtilo numa densa complexidade. No palato é um vinho jovem com diversas camadas de frutas suculentas, um equilíbrio impecável (taninos, acidez) e um gigantesco potencial de guarda. O único defeito deste fantástico vinho é a sua acanhada produção e os preços exorbitantes pelas poucas garrafas à venda. Muitos especialistas o colocam lado a lado com os não menos famosos vinhos de Guigal e da Screaming Eagle. Ao longo das 21 safras de sua existência, seu rótulo traz algumas variações de nome: Three Rivers, CR, Ebenezer Block, R Wines, entre outros. 
Dica da Semana: uma indicação do segundo colaborador desta semana que passou por uma boa experiência com este vinho. 


Banrock Cabernet Sauvignon – 2008 
Produtor: Banrock Station 
País: Austrália / Região Sul 
Wine Spectator: 86 pontos 
Envelhecido por 3 meses em barris de carvalho (França e USA), tem cor vermelho púrpuro intenso. Aromas de frutas silvestres com toques de baunilha. Encorpado, com sabores de frutas silvestres, final longo e taninos suaves. Tempo de guarda de até 3 anos.


Comentário do Leitor: o vinho é excelente. Combinou maravilhosamente com o cordeiro e nos deixou com gosto de quero mais... Excelente relação custo x benefício 

Outros vinhos australianos com 100 pontos Parker: Greencock Creek - um Cabernet e dois Shiraz diferentes. 
Colaboraram: Sandra Rezende (PA) e Luiz Augusto (AC)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Austrália e Nova Zelândia – 1ª parte

Terra da Inovação Vinícola

Austrália 
Atualmente é o 6º maior produtor de vinhos do planeta e o 4º maior exportador, com cerca de 760 milhões de litros/ano, o que contribui com respeitáveis 5,5 bilhões de dólares na sua economia. Nada mau para um país cuja primeira tentativa nesta área foi um redundante fracasso. As primeiras mudas foram trazidas da África do Sul, em 1778, para a colônia penal de Nova Gales do Sul, por ordens do Governador Arthur Phillip. 
Apesar do insucesso inicial, alguns colonos insistiram e acabaram produzindo vinhos para consumo doméstico por volta de 1820. Pouco a pouco foram sendo introduzidas novas variedades viníferas buscando melhorar a qualidade do produto final. 
Em 1873, durante a exposição de Viena, um produto australiano foi degustado às cegas, por juízes franceses, que o elogiaram. Infelizmente, quando foi revelada a sua procedência, rapidamente declararam que haviam se enganado: nunca (naquela época) poderia haver um vinho melhor que os franceses. Mais tarde, em outros concursos, foram comparados com os melhores bordaleses e, seguidas vezes, considerados iguais ou superiores. 
Pouco depois, no ano de 1875, a Filoxera devastou os vinhedos e a produção vinícola praticamente terminou. Nas décadas seguintes, até o final de 1970, era produzido basicamente um tipo de vinho doce fortificado, muito ao gosto do consumidor local. Pouco a pouco a indústria foi se aprimorando, sofisticando e ganhando respeito internacional. As principais castas viníferas foram replantadas, novas áreas exploradas e com muita pesquisa e experimentação, resultou no quadro atual: a Austrália é um importante produtor. Seus vitivinicultores são considerados os grandes inovadores neste setor, sendo pioneiros em diversos aspectos da vinificação e da comercialização: tampas de rosca e embalagens descartáveis são marcas registradas. 
Curiosidade: não existiam uvas nativas no país. Todas as variedades viníferas foram importadas e aclimatadas. A uva Syrah, localmente denominada Shiraz é a grande estrela. 
Regiões Vinícolas 
O mapa acima mostra as principais regiões produtoras. Destacam-se o sul da Austrália (SA) e Nova Gales do Sul (NSW). As subr-regiões mais famosas são Barossa Valley, Adelaide Hills, McLaren Vale e Coonawarra, denominações que devem constar dos rótulos, em consonância com a legislação simples e objetiva que rege a produção vinícola. 
Introduzido em 1994, o sistema de indicações geográficas distingue as fronteiras estaduais e regionais. São os GI que devem seguir uma regra denominada "85%", ou seja, se um rótulo lista uma safra, região ou cepa, ele deve conter 85% do que é declarado. As divisões atuais são: 

SEA - abreviatura de South East Austrália (Sudoeste), abrangendo quase todos os estados produtores; 
State – indica o Estado em que o vinho é produzido (WA, As, NSW, etc.); 
Zone – área produtora; 
Region – subzona que abrange uma área mínima de 5 vinhedos com 5ha, de diferentes proprietários, com produção em torno de 500 toneladas de uvas. 

Principais Produtores 
Um importante traço cultural divide os produtores em dois grupos. O mais importante, do ponto de vista comercial, é formado pelos cinco grandes: Southcorp Wines, Beringer Blass, McGuigan Simeon Wines, Hardy Wine Company e Orlando Wynddham. Respondem por 50% do mercado australiano e produzem de tudo, até mesmo os melhores vinhos do país. São considerados como grandes corporações e tem ambições compatíveis com esta posição. 
O segundo grupo é composto pelas vinícolas de médio porte e familiares. É o alvo predileto, para aquisições, do grupo anterior. Mas há grandes joias por aqui! 
A marca mais importante do país, Penfolds, pertence à Beringer Blass. Não há, no mundo, uma vinícola como ela. Produz desde vinhos baratíssimos como o Rawson Retreat até o maior ícone da vinicultura local o famoso Grange, que será apresentado a seguir. 
Muito interessante é a origem desta poderosa empresa, que começou familiar pelas mãos do médico Dr. Christopher Rawson Penfold, por volta de 1844. Plantou, com fins medicinais, a uva Grenache no sítio de sua família o "The Grange". Acreditava no valor terapêutico do vinho e o receitava como tônico a seus pacientes. Após sua morte, seus descendentes deram continuidade às suas ideias, ampliando os vinhedos e construindo uma vinícola em 1911. 


Penfolds Grange – o grande ícone

Até 1989 agregava-se a palavra Hermitage ao seu nome para que fosse identificado com os vinhos franceses homônimos. Vinificado desde 1951 é considerado como o mais importante vinho australiano. Obtido a partir da casta Shiraz, pode receber, eventualmente uma pequena parcela de Cabernet Sauvignon. Embora a ideia original fosse criar um vinho que se comparasse em qualidade e longevidade ao Bordalês, por força de sua principal uva, é mais próximo aos vinhos da região do Rhone. 

A excepcional safra de 1955 ganhou mais de 50 medalhas de ouro em diversos concursos internacionais. A de 1971 venceu a Olimpíada do Vinho; o de 1990 foi eleito o melhor vinho da ano pela respeitada Wine Spectator. Uma nova análise em 1998, da mesma safra, obteve 99 pontos dos críticos. 
Seu método de produção é o oposto da maioria dos grandes vinhos: as uvas são colhidas em vários pontos e não existem duas safras com a mesma composição. A quantidade produzida varia ano a ano, mesmo assim, tem um estilo próprio e facilmente identificável. 
Notas de Degustação safra 1971: envelhecido por 18 meses em carvalho americano, apresenta aromas de frutas e terrosos. Seus taninos são suaves e se mantém firmes ao longo dos anos. Um final de boca surpreendente para um vinho de mais de 35 anos. 

Dica da Semana: 

Diamond Shiraz 2008 
Produtor: Rosemount 
País: Austrália / McLaren Vale 
Uva: 100% Shiraz 
Vinho típico australiano, mostra muita fruta madura com incrível maciez e um elegante toque de madeira. Elaborado com 100% da variedade Syrah do Rhône, que se adaptou estupendamente na Austrália. É um vinho muito prazeroso e que agrada a praticamente todos os paladares.